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Produto tem grande peso na inflação
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O gás de botijão é um dos itens de maior peso na cesta de consumo usada pelo IBGE para medir a inflação no país. No INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), baseado no consumo das pessoas mais pobres -renda de um a oito salários mínimos-, ele ocupa a quinta colocação, com peso de 2,6889%, praticamente igual ao da educação (2,7264%).
No IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, o peso do gás de bujão cai para o sétimo lugar, com 1,5826%, abaixo do telefone fixo (2,9458%) e acima do conserto de automóvel (1,4979%).
O IPCA é calculado com base no consumo das pessoas com renda
de até 40 salários mínimos.
A alimentação, com 29,3332%
no INPC e 21,9689% no IPCA, é o
item de maior peso na composição dos índices do IBGE. Dentro
do grupo dos alimentos, o gás tem
peso maior nos gastos das famílias que subitens essenciais, como
arroz, feijão, leite e pão.
Embora o IBGE não tenha dados que mostrem o peso do gás de
botijão para cada faixa de renda,
um levantamento feito pela Folha
mostra que o peso do produto em
relação ao salário mínimo mais
que dobrou durante o Plano Real,
passando de 5,69% em julho de
1994, quando o plano foi implantado, para 12,56% este ano, segundo dados do IBGE e do Ministério
do Trabalho.
O peso de cada item na composição da inflação é dado a partir
dos resultados da POF (Pesquisa
de Orçamento Familiar), feita periodicamente pelo IBGE. A última, que baliza as ponderações
atuais, é de 1995/96.
De janeiro a junho deste ano o
preço do gás acumulou alta de
32,41% no IPCA e de 34,37% no
INPC, sendo responsável por
0,43% na variação acumulada do
primeiro (2,94%) e por 0,78% na
do segundo (3,42%).
O peso do gás nos índices de inflação varia de acordo com a região metropolitana pesquisada. Das 11 regiões nas quais o IBGE faz pesquisa de preço, a de Fortaleza é onde o produto tem maior peso, com 2,5408% no IPCA e 3,6662% no INPC. O menor peso do gás de bujão no IPCA é em São Paulo (1,3324%). No INPC, em
Curitiba (2,1223%).
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