São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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Produto tem grande peso na inflação

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O gás de botijão é um dos itens de maior peso na cesta de consumo usada pelo IBGE para medir a inflação no país. No INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), baseado no consumo das pessoas mais pobres -renda de um a oito salários mínimos-, ele ocupa a quinta colocação, com peso de 2,6889%, praticamente igual ao da educação (2,7264%).
No IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, o peso do gás de bujão cai para o sétimo lugar, com 1,5826%, abaixo do telefone fixo (2,9458%) e acima do conserto de automóvel (1,4979%). O IPCA é calculado com base no consumo das pessoas com renda de até 40 salários mínimos.
A alimentação, com 29,3332% no INPC e 21,9689% no IPCA, é o item de maior peso na composição dos índices do IBGE. Dentro do grupo dos alimentos, o gás tem peso maior nos gastos das famílias que subitens essenciais, como arroz, feijão, leite e pão.
Embora o IBGE não tenha dados que mostrem o peso do gás de botijão para cada faixa de renda, um levantamento feito pela Folha mostra que o peso do produto em relação ao salário mínimo mais que dobrou durante o Plano Real, passando de 5,69% em julho de 1994, quando o plano foi implantado, para 12,56% este ano, segundo dados do IBGE e do Ministério do Trabalho.
O peso de cada item na composição da inflação é dado a partir dos resultados da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), feita periodicamente pelo IBGE. A última, que baliza as ponderações atuais, é de 1995/96.
De janeiro a junho deste ano o preço do gás acumulou alta de 32,41% no IPCA e de 34,37% no INPC, sendo responsável por 0,43% na variação acumulada do primeiro (2,94%) e por 0,78% na do segundo (3,42%).
O peso do gás nos índices de inflação varia de acordo com a região metropolitana pesquisada. Das 11 regiões nas quais o IBGE faz pesquisa de preço, a de Fortaleza é onde o produto tem maior peso, com 2,5408% no IPCA e 3,6662% no INPC. O menor peso do gás de bujão no IPCA é em São Paulo (1,3324%). No INPC, em Curitiba (2,1223%).



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