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São Paulo, sábado, 26 de julho de 2003

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Escritório do Fundo abre espaço para reclamações dos argentinos

DA REDAÇÃO

Os argentinos -e quem mais desejar- poderão criticar à vontade o Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem culpam pela maioria de seus problemas econômicos, em uma avaliação que o organismo fará do papel que desempenhou no país entre 1991 e 2001.
O estudo será conduzido pelo IEO (sigla em inglês para Escritório Independente de Avaliação), órgão não vinculado à gerência do FMI, mas que atua como um braço do comitê executivo.
O escritório de avaliação entrevistará autoridades do próprio FMI e da Argentina e o setor privado. Os cidadãos poderão enviar seus comentários e sugestões por correio eletrônico, diretamente ao escritório.
"O objetivo desta avaliação é obter lições para o FMI de sua participação na Argentina durante o regime de conversibilidade e o período imediatamente seguinte", explicou o organismo em seu site na internet.
O regime de conversibilidade, que mantinha o valor do peso atrelado ao dólar na paridade de um a um, esteve vigente de 1991 a dezembro de 2001. Apesar de receber críticas de diversos setores (já que o regime não refletia a paridade real das moedas), a conversibilidade foi apoiada pelo Fundo durante o período.
Na página do FMI na internet (www.imf.org/external/np/ieo/ 2003/arg) estão descritos os temas para avaliação, da qual qualquer cidadão pode participar: regime de conversibilidade, política fiscal e dívida externa, entre outros.
Nos últimos meses, várias autoridades argentinas criticaram as políticas do FMI dirigidas ao país, dizendo que elas foram responsáveis por alguns aspectos da crise.
O presidente Néstor Kirchner disse em diversas oportunidades que os organismos internacionais de crédito "tiveram muito a ver" com o colapso da economia.
"Nesses anos, o FMI proporcionou uma ampla assistência técnica [à Argentina], enviando cerca de 50 missões entre 1991 e 2002", disse o Fundo. "Alguns críticos alegaram que as políticas recomendadas pela instituição contribuíram, na verdade, para a crise."
"O colapso final do regime de conversibilidade e as consequências econômicas e sociais adversas que o país sofreu significaram, com ou sem razão, um custo para a reputação do FMI", acrescenta o comunicado do Fundo.


Com agências internacionais

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