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FASE DOIS
Infra-estrutura deve ser base dos investimentos
Para Planejamento, política atual dará certo e não existe "plano B"
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, José Carlos Miranda, disse ontem no Rio de Janeiro que o governo federal não tem "plano B"
para reativar a economia do país
porque "o plano A dará certo".
Segundo Miranda, o PPA (Plano Plurianual de Investimentos)
para o período 2004/2007, que será divulgado no dia 29 de agosto,
vai trazer os elementos necessários à retomada do crescimento.
No PPA, segundo ele, "o Estado
terá parte expressiva, mas o papel
do setor privado será decisivo".
"É preciso que o governo induza, aponte para onde os empresários devem investir e quais as seguranças que ele [o governo] vai
dar para esses investimentos. E é
exatamente isto que será feito
com o PPA", afirmou durante seminário na UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro).
Ele disse que os investimentos
em infra-estrutura darão a base
para o programa de investimentos, mas não quis dizer quais
obras serão priorizadas.
Segundo Miranda, os ministérios responsáveis por cada área
definirão essas prioridades, cabendo ao Planejamento a coordenação delas. Ele disse que o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) apresentou ao governo um
"portfólio" de projetos e não um
programa pronto.
A lista do BNDES apresenta
projetos polêmicos, como as interligações das bacias dos rios
Amazonas, da Prata e Orinoco,
criticados dentro do próprio banco. Mesmo sem entrar em detalhes, Miranda disse que o documento do banco estatal está sendo
levado em conta nas análises.
Miranda, que é colega do presidente do BNDES, Carlos Lessa,
como professor da UFRJ, passou
ontem cerca de três horas ouvindo críticas à política econômica
do governo feitas por colegas de
universidade e por economistas
estrangeiros que participavam do
seminário, e até pelo senador
Eduardo Suplicy (PT-SP).
A referência a um "plano B" foi
feita em resposta ao economista
Paul Davidson, da Universidade
do Tenessee (EUA). Davidson
disse que seria recomendável ter
um segundo plano para o caso de
a política atual não dar certo.
Suplicy, que é economista, disse
que a equipe econômica do governo deveria se abrir ao debate.
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