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São Paulo, sábado, 26 de julho de 2003

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FASE DOIS

Infra-estrutura deve ser base dos investimentos

Para Planejamento, política atual dará certo e não existe "plano B"

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, José Carlos Miranda, disse ontem no Rio de Janeiro que o governo federal não tem "plano B" para reativar a economia do país porque "o plano A dará certo".
Segundo Miranda, o PPA (Plano Plurianual de Investimentos) para o período 2004/2007, que será divulgado no dia 29 de agosto, vai trazer os elementos necessários à retomada do crescimento. No PPA, segundo ele, "o Estado terá parte expressiva, mas o papel do setor privado será decisivo".
"É preciso que o governo induza, aponte para onde os empresários devem investir e quais as seguranças que ele [o governo] vai dar para esses investimentos. E é exatamente isto que será feito com o PPA", afirmou durante seminário na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Ele disse que os investimentos em infra-estrutura darão a base para o programa de investimentos, mas não quis dizer quais obras serão priorizadas.
Segundo Miranda, os ministérios responsáveis por cada área definirão essas prioridades, cabendo ao Planejamento a coordenação delas. Ele disse que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) apresentou ao governo um "portfólio" de projetos e não um programa pronto.
A lista do BNDES apresenta projetos polêmicos, como as interligações das bacias dos rios Amazonas, da Prata e Orinoco, criticados dentro do próprio banco. Mesmo sem entrar em detalhes, Miranda disse que o documento do banco estatal está sendo levado em conta nas análises.
Miranda, que é colega do presidente do BNDES, Carlos Lessa, como professor da UFRJ, passou ontem cerca de três horas ouvindo críticas à política econômica do governo feitas por colegas de universidade e por economistas estrangeiros que participavam do seminário, e até pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
A referência a um "plano B" foi feita em resposta ao economista Paul Davidson, da Universidade do Tenessee (EUA). Davidson disse que seria recomendável ter um segundo plano para o caso de a política atual não dar certo.
Suplicy, que é economista, disse que a equipe econômica do governo deveria se abrir ao debate.


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