São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

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FINANÇAS

Além dos resultados de intenção de voto após o início do horário leitoral, mercado espera a ata da reunião do Copom

Pesquisas irão ditar o humor da Bovespa

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

As primeiras pesquisas de intenção de voto depois do início do horário eleitoral no rádio e na televisão, a reunião da equipe econômica com executivos de bancos privados hoje, em Nova York, e a ata da última reunião do Copom devem centralizar as expectativas nos próximos dias.
Embora o mercado aparente "estar menos sensível, menos em pânico, ainda não está em patamar confortável", diz Sylvio Rocha, diretor da HSBC corretora. Câmbio, risco-país e economia norte-americana seguem monitorados de perto por investidores.
"O mercado tinha tudo para melhorar esta semana, mas as Bolsas americanas subiram muito rápido e a tendência é devolver -o que deve repercutir aqui", diz outro gestor.

Pesquisas
Analistas dizem que, se as primeiras sondagens pós-propaganda no rádio e na TV mostrarem melhora no desempenho de José Serra (PSDB) e queda de Ciro Gomes (PPS), a Bovespa deve reagir.
Caso se consolide a estagnação de Serra, apesar da longa exposição no horário eleitoral, a Bolsa ainda pode cair.
"O mercado não precificou totalmente a derrota de Serra porque muitos ainda acreditam na recuperação do candidato governista", afirma Nicolas Balafas, da corretora Planner.

Juros
O mercado aguarda a divulgação na próxima quarta-feira da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada na semana passada, para esclarecer o uso do viés de baixa para a taxa básica de juros.
A colocação do viés foi recebida com algum ceticismo por analistas que questionam a possibilidade de o viés ser usado.
O viés autoriza o presidente do Banco Central a cortar a taxa básica de juros, a Selic, no intervalo entre as reuniões do Copom.
O instrumento, em princípio, é empregado quando há perspectiva de ocorrer algum evento. Mas nas últimas vezes em que o viés foi anunciado (junho de 2001 e junho de 2002), ele não foi exercido.
Para analistas, a ausência de viés seria entendida como interrupção dos sinais de tendência de queda da Selic apresentadas na última ata. Poderia ainda ser interpretada como influência do FMI.
Uma boa parcela do mercado afirma que o mais importante para o corte da taxa de juros é a diminuição da volatilidade do câmbio e do risco-país. Mesmo que o dólar continue num patamar um pouco superior a R$ 3.
Há ainda quem avalie que o viés de baixa indique queda, porém, apenas futura dos juros. Não haveria previsão de fatos que viessem a estimular a redução da Selic antes de, ao menos, 30 dias.

EUA
As Bolsas americanas começaram a devolver ganhos na última sexta-feira, pressionadas por vendas de ações da AOL Time Warner e do Citigroup, investigadas por fraudes contábeis.
A proximidade do feriado do Dia do Trabalho nos EUA, na próxima segunda-feira, deverá reduzir o volume de negócios nesta semana.
Entre os muitos indicadores que saem nos próximos dias, estão dois índices de confiança do consumidor. Para o do Conference Board, de agosto, que será conhecido amanhã, é esperada uma pequena alta em razão do maior otimismo de consumidores com a recuperação das Bolsas. O de Michigan deve se manter estável.
O consenso de mercado para o PIB (2º trimestre), que sai na quinta-feira, é de 1,1%. Terá menos importância, após quase dois meses do terceiro trimestre.


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