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Lessa espera ter carteira de R$ 40 bi para empréstimos
Orçamento do BNDES pode aumentar 40% para 2004
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES, Carlos
Lessa, informou ontem que o
banco deverá ter no próximo ano
um orçamento de R$ 47 bilhões, o
maior da história. O número é
38,2% maior do que os R$ 34 bilhões do orçamento deste ano,
que já é recorde (em reais).
Lessa não disse como será composto o orçamento de 2004 que,
por enquanto, ainda é um propósito. Ele disse apenas que, para o
próximo ano, pretende fazer uma
captação "robusta" de recursos
do BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento).
O BID é um tradicional emprestador do BNDES, mas neste ano
não fez nenhum empréstimo. Está previsto para os próximos dias
o início das negociações entre as
duas instituições para a concessão
de um novo empréstimo ao banco estatal brasileiro.
Os recursos para os empréstimos do BNDES têm, normalmente, três origens: repasses constitucionais do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), correspondentes a 40% da arrecadação do
fundo; retorno dos empréstimos
feitos, que representa a maior fatia; e empréstimos internacionais.
Os empréstimos do BID têm
um custo. Normalmente, o pagamento é atrelado à taxa Libor (interbancária, negociada em Londres, que serve de referência para
o mercado internacional). Isso
pode significar juros anuais na casa de 2,5%. De toda maneira, é um
custo menor do que as operações
no mercado financeiro, cujos juros cobrados são normalmente de
6% a 8% ao ano. "À medida que
baixar, a taxa de juros vai viabilizar uma maior captação de recursos por meio de parcerias que se
somarão aos R$ 47 bilhões previstos, gerando um aumento significativo nos financiamentos", disse.
Lessa avaliou que para 2004 os
esforços serão concentrados em
investimentos em infra-estrutura.
Proálcool
Ontem, durante um seminário
para discutir uma possível retomada do Proálcool (Programa
Nacional do Álcool), Lessa disse
que o BNDES (promotor do seminário), a Petrobras e a Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária) irão assinar um
protocolo para o desenvolvimento de "ações conjuntas com o objetivo de impulsionar o programa
do álcool".
O Proálcool é um programa lançado em 1975, pouco depois do
primeiro choque do petróleo
(1973), com o objetivo de reduzir
a dependência brasileira de combustíveis fósseis.
Em uma primeira fase, o programa, desenvolvido, basicamente, com recursos estatais, cuidou
da adição de álcool anidro à gasolina consumida no país, prática
que permanece até hoje.
A partir de 1979, o programa
partiu para o estímulo à produção
de automóveis movidos a álcool.
Nos anos 80, os carros a álcool
chegaram a ser a maioria dos veículos produzidos anualmente no
país.
Na safra 2002/2003, o Brasil produziu 13 bilhões de litros de álcool. Lessa acha possível dobrar
essa produção em "três ou quatro
anos". A demanda para essa ampliação viria, principalmente, do
mercado externo.
Vários países, como Japão e Suíça, estão tendo que adicionar álcool à gasolina que consomem
para atender aos limites de emissões de poluentes previstos no
Protocolo de Kyoto. O álcool é
menos poluente que a gasolina.
Com a Folha Online
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