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São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2003

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Lessa espera ter carteira de R$ 40 bi para empréstimos

Orçamento do BNDES pode aumentar 40% para 2004

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES, Carlos Lessa, informou ontem que o banco deverá ter no próximo ano um orçamento de R$ 47 bilhões, o maior da história. O número é 38,2% maior do que os R$ 34 bilhões do orçamento deste ano, que já é recorde (em reais).
Lessa não disse como será composto o orçamento de 2004 que, por enquanto, ainda é um propósito. Ele disse apenas que, para o próximo ano, pretende fazer uma captação "robusta" de recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
O BID é um tradicional emprestador do BNDES, mas neste ano não fez nenhum empréstimo. Está previsto para os próximos dias o início das negociações entre as duas instituições para a concessão de um novo empréstimo ao banco estatal brasileiro.
Os recursos para os empréstimos do BNDES têm, normalmente, três origens: repasses constitucionais do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), correspondentes a 40% da arrecadação do fundo; retorno dos empréstimos feitos, que representa a maior fatia; e empréstimos internacionais.
Os empréstimos do BID têm um custo. Normalmente, o pagamento é atrelado à taxa Libor (interbancária, negociada em Londres, que serve de referência para o mercado internacional). Isso pode significar juros anuais na casa de 2,5%. De toda maneira, é um custo menor do que as operações no mercado financeiro, cujos juros cobrados são normalmente de 6% a 8% ao ano. "À medida que baixar, a taxa de juros vai viabilizar uma maior captação de recursos por meio de parcerias que se somarão aos R$ 47 bilhões previstos, gerando um aumento significativo nos financiamentos", disse.
Lessa avaliou que para 2004 os esforços serão concentrados em investimentos em infra-estrutura.

Proálcool
Ontem, durante um seminário para discutir uma possível retomada do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), Lessa disse que o BNDES (promotor do seminário), a Petrobras e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) irão assinar um protocolo para o desenvolvimento de "ações conjuntas com o objetivo de impulsionar o programa do álcool".
O Proálcool é um programa lançado em 1975, pouco depois do primeiro choque do petróleo (1973), com o objetivo de reduzir a dependência brasileira de combustíveis fósseis.
Em uma primeira fase, o programa, desenvolvido, basicamente, com recursos estatais, cuidou da adição de álcool anidro à gasolina consumida no país, prática que permanece até hoje.
A partir de 1979, o programa partiu para o estímulo à produção de automóveis movidos a álcool. Nos anos 80, os carros a álcool chegaram a ser a maioria dos veículos produzidos anualmente no país.
Na safra 2002/2003, o Brasil produziu 13 bilhões de litros de álcool. Lessa acha possível dobrar essa produção em "três ou quatro anos". A demanda para essa ampliação viria, principalmente, do mercado externo.
Vários países, como Japão e Suíça, estão tendo que adicionar álcool à gasolina que consomem para atender aos limites de emissões de poluentes previstos no Protocolo de Kyoto. O álcool é menos poluente que a gasolina.


Com a Folha Online


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