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REGULAÇÃO
Retirada estava prevista em anteprojeto de lei
Ministérios estudam manter com as agências o poder de licitações
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A retirada do poder das agências reguladoras de fazer licitação,
principal mudança proposta nos
anteprojetos de lei que o governo
federal divulgou terça-feira, não
deverá ser totalmente implementada na prática. O Ministério de
Minas e Energia, por exemplo,
não irá elaborar os editais para as
concessões no setor elétrico.
Os ministérios das Comunicações e dos Transportes não assumirão todas as atribuições previstas no anteprojeto e estudam o
que irão repassar às agências.
"Não estamos disputando
quem faz [a licitação]. O nosso
negócio não é elaboração de edital. A característica específica do
edital pouco me interessa. Ninguém quer licitação, é um processo técnico e específico", disse ontem a ministra Dilma Rousseff
(Minas e Energia).
Segundo ela, a elaboração dos
editais e a realização das licitações
no setor elétrico poderão continuar com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ou ser
feitas por qualquer outra entidade, como a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Dilma explicou que o governo
quer ter o poder de decidir o que
será licitado, a data das licitações e
as principais diretrizes das concessões (como o critério de menor
tarifa para definir o vencedor do
leilão, por exemplo). No entanto,
segundo ela, a realização dos leilões e a elaboração dos editais não
ficariam com o ministério, que
nem teria estrutura para isso.
Na terça-feira, o ministro Miro
Teixeira (Comunicações) já havia
dito que, após a aprovação das leis
sobre agências pelo Congresso e
de sua sanção pelo presidente, se
reuniria com a Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações)
para definir atribuições. Na ocasião, ele disse que algumas licitações poderiam continuar a ser feitas pela agência reguladora.
O Ministério dos Transportes
deverá deixar com a ANTT
(Agência Nacional de Transportes Terrestres) a concessão de permissões (tipo de licença que é dada, por exemplo, para ônibus de
excursão) e ficar com as concessões (como privatização de rodovias) e permissões (como as linhas permanentes de ônibus).
De acordo com o anteprojeto, o
ministério poderia também assumir a área de formulação de política tarifária, mas ainda não se sabe se isso será possível. O ministério tem interesse em assumir a
área, mas só o fará se conseguir,
com o Ministério do Planejamento, mais recursos humanos. O ministério precisa de economistas e
tentará remanejar funcionários
da agência reguladora.
Outra modificação prevista nos
anteprojetos de lei é o contrato de
gestão entre a agência reguladora
e o ministério da área. Mesmo essa modificação, no entanto, não é
inovadora. "Contrato de gestão
não é novidade. Nós temos um
com a Aneel", disse Rousseff.
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