São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 2006

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Bancários decidem parar por 24 horas em 17 Estados

Objetivo é pressionar bancos por reajuste salarial; agências devem reabrir amanhã

Entidade dos bancos orienta consumidor a utilizar meios como internet, telefone e lotéricas para operações; negociação supera 40 dias

DA FOLHA ONLINE

Os bancários de pelo menos 17 Estados e do Distrito Federal decidiram fazer uma greve de 24 horas hoje para reivindicar reajuste salarial. As agências voltam a abrir amanhã na maioria dos Estados, mas os trabalhadores prometem parar por tempo indeterminado se não houver acordo com os bancos, que, até ontem, não tinham proposto reajuste salarial.
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) orientou aos clientes que utilizem meios alternativos para a realização de serviços bancários, como internet, telefone e correspondentes bancários.
Com a greve, os bancários querem pressionar os bancos a conceder reajuste salarial. Segundo o sindicato, após mais de 40 dias de negociação, não há proposta que preveja reajuste aos 400 mil bancários do país.
Os bancários reivindicam aumento real de 7,05%, além da reposição da inflação e participação maior nos lucros e resultados -de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500.
No ano passado, quando houve greve de seis dias, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR (participação nos lucros e resultados) mínima de 80% do salário mais R$ 800.
A Fenaban disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que os bancos estão "demonstrando disposição de negociar e construir um acordo factível na mesa de negociações".
Para tentar evitar a greve, a Fenaban chegou a acenar com a realização de uma nova rodada de negociações amanhã. Os bancários, entretanto, reclamam que a data-base da categoria é neste mês e que os bancos tiveram tempo suficiente para apresentar uma proposta e evitar a paralisação.
Na assembléia ontem do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, 70% dos 1.140 trabalhadores presentes decidiram parar por 24 horas, enquanto os demais 30% defenderam uma paralisação por tempo indeterminado. A paralisação dos bancos na capital deverá começar pelo centro da cidade e será expandida para os bairros ao longo do dia.
O sindicato diz que o lucro do setor cresceu, em média, mais de 40% no primeiro semestre.
Na semana passada, o sindicato fechou 28 agências no centro de São Paulo durante 24 horas como forma de alerta.
Segundo balanço da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), aprovaram greve hoje, entre outros: SP, RJ, AC, AL, BH (MG), Campinas (SP), CE, Curitiba (PR), DF, PA, PE, PI, Porto Alegre (RS), RO, RR, SE.


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