|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-sócio da Asia Motors é extraditado para a Coréia
Processado no Brasil, sul-coreano vai cumprir 10 anos de prisão em seu país
Chong Jin Jeon, que responde por crimes de estelionato e lavagem de dinheiro, chegou a solicitar refúgio político
a autoridades brasileiras
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-sócio da Asia Motors
Chong Jin Jeon foi extraditado
ontem para a Coréia do Sul, onde foi condenado a dez anos de
prisão pelos crimes de fraude,
enriquecimento ilícito, gestão
fraudulenta e suborno.
No Brasil, ele respondia a
processos, na Justiça Federal
de São Paulo, por lavagem de
dinheiro e estelionato.
A Asia Motors foi comprada
pela Hyundai Motors do Brasil.
Estima-se que as fraudes praticadas por Jeon à frente da empresa cheguem a R$ 1 bilhão.
Também ontem o STF (Supremo Tribunal Federal) negou pedido de habeas corpus
apresentado pelo sul-coreano
na tentativa de conseguir rever
o pedido de refúgio político que
lhe foi negado pelo governo
brasileiro em março deste ano.
Jeon já tentara recurso semelhante diante do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas
seu pedido fora indeferido.
"É uma demonstração de que
o Brasil participa ativamente
em todas as formas de cooperação jurídica internacional, visando o combate à impunidade", disse Romeu Tuma Júnior,
titular da Secretaria Nacional
de Justiça, órgão responsável
pelas tratativas da extradição.
A Coréia do Sul pediu ao STF
a prisão de Jeon para efeito de
extradição em novembro de
2003. O pedido foi deferido,
mas ele ficou foragido até julho
de 2006, quando passou à custódia da Superintendência da
Polícia Federal em São Paulo.
Em outubro de 2007, o STF
autorizou a extradição do sul-coreano. Ele, então, entrou
com um pedido no Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) para se tornar um refugiado no Brasil. Alegou ter sofrido
tortura nos tempos em que ficou preso na Coréia do Sul.
Na ocasião, o presidente do
Conare, Luiz Paulo Barreto,
afirmou não haver elementos
para a concessão do pedido.
Em sua defesa, Jeon disse
que sofreu prejuízo porque não
pôde ser acompanhado de um
advogado na audiência do Conare que julgou seu caso.
Como não entende direito o
português, teria deixado de responder a questões que acreditava serem importantes para o
processo, o que teria resultado
na negativa do seu pedido.
No dia 11, o Ministério da
Justiça autorizou a entrega de
Jeon às autoridades sul-coreanas, independentemente dos
resultados dos processos a que
ele responde no Brasil.
A Hyundai, que comprou a
Asia Motors, anunciou, na semana passada, que vai instalar
uma fábrica em Piracicaba
(SP). Como incentivo para
atrair a montadora, o governo
paulista vai isentar a Hyundai
do pagamento de ICMS para
"importação de mercadorias,
equipamentos, partes e peças,
sem similar nacional".
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: iPhone passa a ser vendido hoje no Brasil Índice
|