|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Saída deve crescer na próxima semana
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Editor do Painel S/A
As saídas de recursos do país, esperam os analistas do mercado financeiro, devem se intensificar na
próxima semana -nas vésperas
do pleito eleitoral e do novo pacote fiscal.
Nos cálculos de analistas de bancos, que preferem que seus nomes
não sejam mencionados, a perda
de reservas (o caixa em moeda forte do país) deve somar aproximadamente US$ 3,5 bilhões na próxima semana.
Caso esse número se confirme, o
crescimento das saídas será de
84,2%, já que, nesta semana, contando com o resultado parcial de
ontem, a perda de reservas ficou
em US$ 1,9 bilhão.
Detalhe não trivial: o crescimento maior deve ser registrado no
mercado do dólar flutuante (um
segmento do dólar turismo), utilizado por brasileiros.
Nas últimas três semanas, os saques nos fundos de investimento
apontavam para um crescimento
das remessas também de pessoas
físicas (e não só de empresas) pelo
dólar flutuante. Na última semana, porém, tanto os saques quanto
as remessas recuaram.
Ontem, até as 19h15, tinham sido
registradas saídas líquidas (descontadas as entradas) de US$ 370
milhões do país.
Foram US$ 165 milhões no dólar
comercial e outros US$ 205 milhões no dólar flutuante.
Os registros podem ser feitos até
as 21h30, mas, acreditam os analistas, o número final deve ficar
muito próximo disso.
Contribuiu para reduzir o resultado final uma operação de
pré-pagamento de exportações
(que é muito similar a um ACC,
Adiantamento de Contrato de
Câmbio) de US$ 200 milhões realizada pela Ford.
Para o mercado, o BC (Banco
Central) começou a usar uma de
suas armas para minimizar as saídas: administrando o ingresso de
divisas.
É por conta disso que, acreditam
os analistas, não coincidiram em
data a operação da Ford e o ingresso dos recursos de investidores
portugueses para a compra da Eletropaulo Bandeirante (realizados
na quarta e quinta-feiras).
A administração dos ingressos
poderá ser utilizada para reduzir
as saídas líquidas na próxima semana. Os ingressos previstos, mas
ainda não realizados, lembra o
mercado são:
1) injeção de capital do Bilbao
Vizcaya no Excel Econômico;
2) os ou parte dos US$ 2 bilhões
do ABN-Amro, que comprou o
Banco Real;
3) a antecipação negociada entre
os estrangeiros e o governo do pagamento das empresas de telecomunicações.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|