|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Gatilho" poderá ser garantia para ajuste
da Sucursal de Brasília
O programa de ajuste fiscal para
o triênio 1999/2001 deverá incluir
um mecanismo automático para
facilitar o corte de despesas. Esse
mecanismo funcionará como uma
garantia de que o governo irá
cumprir as metas de superávits
primários fixadas para os próximos três anos.
A fixação das metas fiscais em lei
também é considerada importante
para melhorar a credibilidade do
governo. A proposta de programa
fiscal, que deveria em princípio ser
encaminhada ao Congresso Nacional em novembro, será enviada
em outubro. O texto deverá conter
metas de superávits primários (receitas menos despesas, excluídos
os gastos com juros) crescentes a
cada ano.
O mecanismo que o governo
pretende adotar será uma espécie
de "gatilho" e será disparado automaticamente quando as despesas superarem os gastos previstos
para determinado período, que
poderá ser mensal ou bimestral.
A meta de superávit primário fixada para 99 é de R$ 8,7 bilhões.
Conforme a Folha já publicou, essa meta deverá ser elevada para
concentrar a maior parte do ajuste
fiscal. Para isso, o governo deve fazer cortes adicionais no Orçamento de 99 e aumentar tributos.
Tomando por base a meta de superávit primário anunciada para
99, o governo teria de obter superávit de R$ 725 milhões a cada
mês. Supondo que esse "gatinho" seja mensal, se o superávit
de um mês ficar em R$ 625 milhões, o resultado do mês seguinte
teria de ser R$ 825 milhões.
Ou seja, o controle da evolução
do resultado fiscal será feito gradualmente. Dessa maneira, o governo avalia que não haverá surpresas ao final do ano. O controle
seria feito por meio de novos cortes ou da suspensão da liberação
dos recursos para os diversos ministérios e órgãos públicos.
A princípio, o "gatilho" seria
adotado somente pelo governo federal. Mas os Estados também terão seu desempenho fiscal acompanhado mensalmente pela CCF
(Comissão de Controle e Gestão
Fiscal), principalmente os 24 que
assinaram contratos de renegociação das dívidas com o Tesouro.
O governo federal não irá fixar
metas fiscais para os Estados e
municípios. O que se espera é que
os governadores eleitos ou reeleitos cumpram os acordos assinados com a União. Afinal, todos os
acordos prevêem cláusulas de redução gradual do seu déficit e de
elevação da arrecadação.
O acompanhamento dos gastos
nos Estados, municípios e também nas estatais tem como objetivo melhorar o resultado das contas públicas. A intenção do governo é reduzir o atual déficit nominal (que inclui gastos com juros)
de 7% para 3% do PIB até 2001.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|