São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2005

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Mercados e oposição aprovam Bernanke

IURI DANTAS
DE WASHINGTON

A promessa de manter o curso de aperto monetário iniciado por Alan Greenspan assegurou uma boa reação a Ben S. Bernanke, nomeado pelo presidente George W. Bush como futuro presidente do Fed (Federal Reserve , o banco central dos Estados Unidos).
Além da aprovação dos mercados, a oposição demonstrou trégua na aprovação de seu nome para o posto e até mesmo o tradicional "New York Times", declaradamente apoiador do Partido Democrata, aprovou.
"Ben Bernanke enfrentará a dura tarefa de ocupar o lugar de Alan Greenspan. Mas ele é o mais próximo de uma escolha perfeita que Bush poderia ter tomado", disse o jornal em editorial.
Como guardião da economia norte-americana, Bernanke ocupará um cargo classificado por muitos analistas como o de 2º homem mais poderoso do mundo, depois do presidente dos EUA.
De fato, o aumento do petróleo e a possibilidade de uma bolha imobiliária lançam cada vez mais atenção sobre a economia do país que mais consome no planeta.
A aprovação a Bernanke, atual chefe do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, baseia-se muito até agora em suas idéias sobre a atuação do Fed, onde trabalhou como diretor até junho e por muitas vezes discordou de Greenspan.
Bernanke defende a adoção de um regime de metas de inflação, algo mais nítido para o mercado do que a abordagem flexível adotada por Greenspan atualmente.
Suas credenciais, como professor de economia de Princeton, permitiram aos democratas uma trégua nos ataques à Casa Branca. A gestão de Bush vem recebendo ataques pela escolha de Harriet Miers para a Suprema Corte, pela demora na resposta ao furacão Katrina e pelas suspeitas que pairam sob seu principal assessor, Karl Rove, no vazamento da identidade de uma agente da CIA (Agência Central de Inteligência, na sigla em inglês).
Na Ásia, o dólar fechou em alta. Wall Street registrou ganhos anteontem por conta do anúncio.
Se aprovado pelo Senado, Bernanke assume no dia 1º de fevereiro. Greenspan se aposenta em 31 de janeiro, após 18 anos no cargo.


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