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Mantega "confessa" que carga cresceu
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) "confessou" ontem que a carga tributária
aumentou durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em evento organizado
pelo Ciesp, em São Paulo, o
ministro da Fazenda, em
tom de brincadeira, afirmou
que confessava "em público
que houve um aumento da
carga tributária".
Mantega referia-se à arrecadação adicional de PIS e
Cofins, contribuições que,
em maio de 2004, passaram
a incidir sobre as importações. Depois da "confissão
pública", o ministro da Fazenda argumentou que a arrecadação adicional por conta da cobrança das duas contribuições não poderia ser
considerada aumento da carga tributária. Pelo contrário,
de acordo com a interpretação de Mantega, o fato de a
cobrança ter passado a ser
feita também sobre os importados tornou as condições de concorrência mais
justas para os produtos nacionais.
"Nós desoneramos vários
setores", disse Mantega. "Do
ponto de vista da política fiscal, estamos em equilíbrio.
Também houve um aumento
[da carga] de 0,28 ponto percentual quando houve a
transformação do PIS/Cofins de impostos em cascata
para impostos sobre valor
agregado", afirmou o ministro, referindo-se a outras
mudanças na política de incidência das contribuições.
Em janeiro de 2003, a alíquota do PIS subiu de 0,65%
para 1,65%. Em fevereiro de
2004, a alíquota da Cofins
subiu de 3% para 7,6%. Elas
foram elevadas porque o governo mudou a maneira de
cobrá-las e elas passaram a
incidir sobre menos operações -a medida visava eliminar a cobrança em cascata.
Com a eliminação, o governo
temia perder receita e, portanto, aumentou as alíquotas
a fim de compensar potenciais perdas. Analistas dizem
que o aumento foi excessivo
e, na prática, o governo ganhou receita, algo que o ministro acabou admitindo ontem.
(MARCELO BILLI)
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