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Carga tributária é principal preocupação da indústria, aponta sondagem da CNI
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A alta carga tributária brasileira ocupa o primeiro lugar nas
preocupações da indústria nacional quando o tema é desenvolvimento de negócios e incremento de produção e vendas. Indagadas pela Confederação Nacional da Indústria, 71%
das pequenas e médias e 70%
das grandes empresas citaram
os custos com os impostos como o maior entrave na Sondagem Industrial do 3º trimestre.
O câmbio ficou em segundo
lugar na lista de principais problemas das maiores empresas,
80% das quais exportam seus
produtos. Para as pequenas e
médias, a competição acirrada
no mercado surge na segunda
posição, com 40% de respostas
na pesquisa. Cerca de 30% das
menores exportam e, por outro
lado, enfrentam no mercado
interno a entrada de importados devido ao dólar baixo.
As diferenças de avaliação
entre as pequenas e médias e as
grandes sobre a situação atual
dos negócios não pára por aí.
Como a pesquisa da CNI mede
respostas a um questionário,
não necessariamente dados
quantitativos, a confederação
avalia que as maiores empresas
se recuperaram no terceiro trimestre, enquanto as menores
ainda patinam.
Nas respostas, houve mais
informação de aumento de produção e faturamento entre as
grandes empresas. As pequenas e médias, depreende-se do
levantamento, teriam fornecido a imagem de estagnação. O
número de postos de trabalho,
porém, manteve-se estável em
ambos os segmentos.
Mesmo sem dados mais
aprofundados, a CNI assegura
que houve recuperação da produção e do faturamento da indústria depois de um ano e
meio de estagnação e perdas.
Para o técnico Renato Fonseca,
um dos responsáveis pelo estudo, os seguidos cortes na taxa
Selic não compensaram, ainda,
o efeito negativo do câmbio e o
baixo crescimento do emprego
e da renda do trabalhador.
Perspectiva
Há sintonia entre grandes e
pequenas na expectativa sobre
os próximos seis meses. Os industriais estimam meses mais
difíceis, algo que pode guardar
relação com a atual disputa
presidencial. O levantamento
foi realizado de 3 a 20 de outubro, período em que teve lugar
o segundo turno do embate entre Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e Geraldo Alckmin
(PSDB).
Ambos os candidatos prometem maior atenção aos setores
produtivos. E também não há
diferença substancial entre governo e oposição sobre a necessidade de uma reforma tributária que desonere a produção.
A expectativa, tanto das pequenas e médias quanto das
grandes empresas, estancou
em patamares menores do que
no segundo trimestre do ano.
Em relação à exportação, as expectativas são de retração.
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