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TELES
Operadoras seriam autorizadas a fazer fusões e aquisições livremente
Anatel já sinaliza com flexibilização de regulamentação
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) começou ontem a sinalizar ao mercado que irá
finalmente ceder às pressões das
operadoras de telefonia para que
flexibilize as regras do setor.
O presidente da agência, Luiz
Schymura, afirmou ter iniciado
estudos para que sejam eliminados mecanismos de regulamentação em regiões do Brasil onde haja concorrência garantida. Entre
os objetivos está a permissão que
as operadoras efetuem livremente
fusões e aquisições.
"A liberação deve beneficiar,
por exemplo, operadoras de telefonia móvel. É o caso da Grande
São Paulo, que já possui três operadoras [Telesp Celular, BCP e
TIM] e em breve terá uma quarta,
da Telecom Americas", disse
Schymura. Segundo o presidente
da Anatel, não há motivo para a
agência manter a atual regulamentação na área. "Somente vamos garantir que não haja concorrência predatória."
O fim das amarras nas telecomunicações era algo que as operadoras reivindicavam há anos, e
que a Anatel não abria mão. "A
Europa iniciou esse processo de
liberação em março deste ano. Estamos acompanhando como os
europeus estão reagindo."
A medida poderá beneficiar
empresas em dificuldades financeiras, como a BCP, que poderão
ser absorvidas.
Nas regiões onde ainda não há
concorrência garantida, segundo
Schymura, a agência continuaria
a manter o poder de regulamentação para garantir a competição.
A flexibilização de regras da Anatel poderá até mesmo ocorrer no
caso da Embratel, que tem uma
dívida de US$ 1,3 bilhão e começou a ser alvo de tentativa de compra de um consórcio que beneficiaria as operadoras fixas Brasil
Telecom, Telefônica e Telemar.
"A legislação impede que a Embratel venda o seu controle acionário até junho de 2003. Depois,
não sei o que poderá acontecer. O
mundo é muito dinâmico."
A aquisição da Embratel pelas
três operadoras criaria praticamente um monopólio delas em
suas regiões, já que suas "empresas-espelho" tem muito pouco do
mercado de telefonia fixa. "A venda ou não da Embratel para as três
operadoras depois de junho dependerá da autorização do conselho diretor da Anatel," disse
Schymura. Hoje, disse, a autorização não seria dada.
A vice-presidente de serviços locais da Embratel, Purificación
Carpinteyro, negou novamente
que sua empresa esteja a venda.
Para ela, as operadoras que afirmam estar interessadas no negócio querem impedir que a Embratel invada seu mercado de ligações locais. A Embratel iniciou no
dia 16 de novembro ligações locais em Recife e Fortaleza. Quer
operar em São Paulo em janeiro.
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