DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa registrou ontem seu quarto pregão seguido de alta. Também pela quarta vez consecutiva a Bolsa paulista alcançou uma pontuação recorde.
Somente neste mês, os ganhos da Bolsa de Valores de São Paulo já chegam a 10,1%, quase a mesma rentabilidade acumulada pela caderneta de poupança em todo o ano.
No pregão de ontem, a alta foi de 0,61%, valorização que levou o Ibovespa (índice que reflete a variação das ações mais negociadas) aos 19.809 pontos.
Analistas do mercado financeiro são unânimes ao apontar a participação crescente de investidores estrangeiros nos negócios fechados na Bovespa como ponto fundamental para o atual bom momento que o mercado vive.
No ano, até o último dia 20, as compras de ações com capital estrangeiro superaram as vendas em R$ 5,98 bilhões. Neste mês, esse saldo está positivo em R$ 465,3 milhões.
"Os últimos três anos haviam sido muito fracos para a Bolsa. O interesse dos estrangeiros pelo mercado local tem sido importante para a atual recuperação", diz Charles Phillipp, diretor da SLW corretora.
Os títulos da dívida brasileira negociados no mercado internacional também têm se beneficiado do interesse dos investidores estrangeiros. Os C-Bonds, papéis da dívida mais negociados, atingiram ontem novo valor recorde (US$ 0,9663), após subirem 0,26%.
O dólar teve alta de 0,48%, para fechar a R$ 2,935. Operadores de mesas de câmbio apontaram compras de moeda, que teriam sido feitas pelo Banco do Brasil para o Tesouro pagar suas dívidas, como principal ponto de pressão no dia.
Apesar de dezembro ser um mês de elevada concentração de vencimentos de dívida externa do setor privado, as recentes captações de recursos têm mantido o câmbio calmo. Ontem foi a vez do Itaú anunciar uma operação de US$ 105 milhões.
As exportadoras refletiram a subida do dólar e tiveram um dia de recuperação ontem na Bolsa, liderando as altas do pregão. O papel com direito a voto (ON) da Vale do Rio Doce foi o que mais subiu no dia: 3,7%. A ação preferencial "A" da companhia registrou ganho de 3,04%.
(FABRICIO VIEIRA)


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