|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ricos terão pior recessão em mais de 25 anos, diz OCDE
Número de desempregados nos 30 países do grupo deve crescer em 8 milhões até 2010
Para reduzir o impacto da
pior recessão desde o início
dos anos 80, a OCDE propõe
mais cortes nas taxas de
juros e redução de tributos
DA REDAÇÃO
Em mais uma indicação de
como a piora da crise financeira
após a concordata do banco
Lehman Brothers alterou o cenário econômico global, a
OCDE (órgão que reúne 30 dos
países mais ricos do mundo) reduziu as suas previsões e disse
que vários membros caminham para a pior recessão em
mais de 25 anos e que deve
crescer em 8 milhões o número
de desempregados até 2010.
Pela estimativa da entidade,
EUA, Japão e zona do euro terão quatro trimestres consecutivos de contração econômica,
assim como a própria OCDE,
que deve ter retração de 0,4%
no ano que vem. Há apenas
duas semanas, ela falava que a
economia do grupo se contrairia em 0,3% e, em junho (três
meses antes da concordata do
Lehman Brothers), estimava
avanço de 1,7% no ano que vem.
A OCDE prevê que, dos 30
países que a compõem, só 11
conseguirão evitar uma recessão no ano que vem -entre
eles, Coréia do Sul e Austrália-
e que uma recuperação econômica, ainda que gradual, só deverá ocorrer a partir do segundo semestre de 2009. Ela diz
que a desaceleração também
vai abater países não-membros, como Brasil (leia texto
abaixo), China e especialmente
Rússia, que deve crescer 2,3%
em 2009, 4,2 pontos percentuais menos que neste ano.
Já o número de desempregados nos 30 países deve saltar
dos atuais 34 milhões para 42
milhões em 2010 -um avanço
de 23,5%. Com isso, a taxa de
desemprego do grupo vai crescer 1,3 ponto percentual nesse
período, para 7,2%. Ao mesmo
tempo, a inflação vai se desacelerar nos próximos dois anos e
há um risco, "embora pequeno", de deflação.
Cenário parecido já tinha sido projetado no início deste
mês pelo FMI, que previu que
quase a totalidade das economias desenvolvidas entrará em
uma recessão com duração mínima de um ano, o que não
acontece desde o final da Segunda Guerra, em 1945.
A projeção da OCDE afirma,
no entanto, que as suas estimativas estão sendo feitas em um
cenário de incertezas "excepcionalmente grandes" e que leva em conta que o pior da crise
financeira tenha curta duração,
mas com efeitos até o final do
ano que vem. Para os EUA, por
exemplo, ela prevê retração
econômica de 0,9% no ano que
vem, que será a maior queda
desde 1982, quando o país enfrentou uma das suas piores recessões. E a taxa de desemprego chegará, também em 2009, a
7,3%, a maior em 17 anos.
Para reduzir o impacto da
pior recessão desde o início dos
anos 80, a OCDE propõe mais
cortes nas taxas de juros e redução de tributos. "Em tempos
normais, a política monetária, e
não a fiscal, seria o instrumento
de preferência para a estabilização macroeconômica", diz o
documento da entidade publicado ontem. "Mas estes não são
tempos normais."
Texto Anterior: Para ONU, salários vão sofrer mais Próximo Texto: Previsão: Para entidade, expansão do Brasil cai a 3% em 2009 Índice
|