São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Canadense investe US$ 550 mi para abrir maior mina de ouro do país

Mineradora Kinross diz que demanda pelo metal deve aumentar com a crise

AGNALDO BRITO
ENVIADO ESPECIAL PARACATU (MG)

No rastro da crise financeira global, a mineradora canadense Kinross inaugurou ontem, no município de Paracatu, região noroeste de Minas Gerais, a 480 km de Belo Horizonte, a maior mina de ouro do país.
Com investimento de US$ 550 milhões, a produção da mina Morro do Ouro será ampliada das atuais 5,4 toneladas para 17,2 toneladas em 2009.
O crescimento da oferta de ouro produzido pela Kinross, companhia com nove minas no mundo, acontece em um dos momentos considerados mais promissores para a mineração de ouro. A crise financeira internacional atingiu em cheio os investimentos em ativos financeiros por todo o mundo.
O mercado futuro de commodities agrícolas e minerais desabam, as ações negociadas em Bolsa perdem valor diariamente e o ouro, metal precioso sempre lembrado em momentos de ruína econômica, resurge como opção para investimento e reserva de valor.
"Há uma migração dos investidores financeiros e dos bancos centrais em busca de um investimento seguro em um momento de problemas financeiros", disse Tye Burt, presidente mundial da Kinross.
A exuberância dos mercados financeiros nos últimos anos, entretanto, reduziu os investimentos em novas minas de ouro no mundo. O efeito agora é o mesmo que atingiu os setores minerais mais comuns, como minério de ferro, cobre, níquel, ou uma pressão de demanda sobre uma oferta tímida.
Segundo Burt, a oferta mundial atualmente de ouro é de aproximadamente 80 milhões de onças por ano. A demanda mundial está nas mesmas 80 milhões de onças. [Cada onça equivale a 31 gramas de ouro].
A estimativa é que a produção de ouro caia de 2% a 5% neste ano e que a demanda cresça 2%. "Esse é um dos fatores que farão o preço do ouro subir nos próximos meses", diz.
A Kinross avalia que a mina em Paracatu deve se pagar entre 5 e 7 anos, isso ao preço de US$ 800 a onça. O custo de produção é de US$ 425 a onça. A mina Morro do Ouro tem baixa concentração do mineral. A viabilidade do negócio surgiu da escala de processamento e da perspectiva de alta do preço.


O repórter AGNALDO BRITO viajou a convite da Kinross


Texto Anterior: Energia: Petrobras anuncia descoberta na BA
Próximo Texto: Vaivém das commodities
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.