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ECONOMIA GLOBAL
Guerra rápida pode beneficiar economia, mas se barril de óleo passar de US$ 40 deve haver recessão
Guerra pode parar EUA por um semestre
MARTIN WOLF
"DO FINANCIAL TIMES"
As guerras no Oriente Médio
causam maus momentos econômicos. Com uma guerra de americanos e britânicos para remover
Saddam Hussein do poder cada
vez mais próxima, será que 2003
será um caso de "déja vu"? Uma
guerra bem sucedida poderia ser
benéfica economicamente. Mas
se alguma coisa sair errado, os
problemas seriam sérios.
Mudanças no preço real do petróleo sempre acarretam mudanças no nível de desemprego. Os
preços dispararam em 1974, depois da guerra do Yom Kippur
(entre países árabes e Israel); em
1979, depois que o Iraque invadiu
o Irã; e em 1990, depois que o Iraque invadiu o Kuait. Nas duas primeiras ocasiões, surgiram recessões. O crescimento também se
desacelerou acentuadamente depois da terceira.
Para investigar o que poderia
acontecer desta vez, é preciso começar pelo possível desenrolar da
guerra. Anthony Cordesman, do
Centro de Estudos Estratégicos e
Internacionais de Washington,
preparou três cenários. Um caso
benigno, que ele estima tenha
60% de chances; um caso intermediário, cuja probabilidade ele
avalia em 30%; e um caso desastroso, com 10% de probabilidade.
No primeiro cenário, a coalizão
aliada vence em menos de seis semanas, a Arábia Saudita aumenta
sua produção e as instalações petroleiras da região são pouco danificadas. No segundo, a guerra
dura entre 6 e 12 semanas, o Iraque causa danos limitados às instalações petroleiras e a Arábia
Saudita oferece cooperação passiva quanto à produção de petróleo.
Sob o pior dos cenários, os combates duram até um semestre, o
Iraque causa danos significativos
às instalações petroleiras e ataca
as tropas aliadas e Israel com armas de destruição em massa. A
guerra causa efeito duradouro sobre a produção de petróleo.
No melhor cenário, em caso de
derrota rápida do Iraque, a guerra
teria efeito positivo sobre a economia a partir do segundo semestre de 2003. Mas, se o preço do
barril passar de US$ 40 e continuar, como está, acima de US$ 30
até 2004, o crescimento dos EUA
cai a zero ao menos no primeiro
semestre do ano que vem.
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