São Paulo, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002

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ÁGUIA EM TRANSE

EUA estudam cortar tributos sobre dividendos para estimular a economia; ricos seriam mais beneficiados

Bush prepara nova redução de impostos

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, estuda reduzir os impostos sobre os dividendos dos investimentos em ações como parte de um novo pacote de estímulo econômico. A medida, que já desperta controvérsia antes mesmo de ser posta em debate, também teria o objetivo de dar alento às Bolsas, que estão prestes a encerrar o terceiro ano seguido de perdas.
Segundo pessoas próximas à Casa Branca, assessores de Bush defendem uma redução de 50% nos impostos sobre dividendos. A idéia seria injetar recursos na economia e tornar o investimento em ações mais atraente.
Mas, na opinião dos críticos do projeto, tal redução de impostos só beneficiaria a camada mais rica da população (que é quem mais aplica nas Bolsas) e agravaria ainda mais o déficit público norte-americano. Calcula-se que o novo corte significaria perda de arrecadação de US$ 100 bilhões no período de dez anos.
Bush pretende dar um estímulo de cerca de US$ 300 bilhões à economia, que ainda não se recuperou plenamente da recessão do ano passado. Para empresários e congressistas do Partido Republicano (ao qual pertence Bush), a nova rodada de redução de impostos daria um estímulo positivo no curto prazo.
No ano passado, Bush já havia conseguido aprovar um pacote de redução de impostos para pessoas físicas e jurídicas no total de US$ 1 trilhão em um período de dez anos.
Empresários norte-americanos se queixam de que as empresas sofrem uma "dupla taxação". Primeiro pagam o Imposto de Renda e depois recolhem os tributos relativos aos dividendos que são distribuídos aos acionistas.
A nova equipe econômica apresentará o pacote econômico no mês que vem. Bush pretende pôr a economia nos trilhos até o começo de 2004, quando tentará se reeleger à Casa Branca.
Bush filho espera evitar o que ocorreu com seu pai, há dez anos, que deixou de se reeleger ao perder as eleições para o democrata Bill Clinton. A despeito da popularidade alcançada com a Guerra do Golfo (1991), a recessão econômica que sucedeu ao conflito no Oriente Médio minou as chances políticas de Bush pai.


Com agências internacionais


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