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Mercado exclui
os jovens e os
menos instruídos
DA SUCURSAL DO RIO
Desde o início do governo
Lula, o mercado de trabalho se
tornou mais seletivo e passou a
excluir jovens e pessoas com
menor grau de instrução, apesar do crescimento do emprego
-de 3% de 2003 a 2004.
Segundo o IBGE, a participação das pessoas com 11 anos ou
mais de estudo (ensino médio
ou curso superior completo)
entre os empregados passou de
46,7% para 50,3%. Foi a primeira vez em que esse contingente superou a marca de 50%.
Já a faixa com mais de 50 anos
cresceu de 16,8% para 18%.
Quando Fernando Henrique
Cardoso deixou o governo, em
2002, a média mensal do número de empregados era de
18,669 milhões nas seis regiões.
O número passou para 19,830
milhões no ano passado.
Para Marcelo de Ávila, economista do Ipea, tais mudanças ocorreram tanto por fatores
conjunturais quanto estruturais, como o envelhecimento
da população. Mas o determinante, para ele, é a distorção no
mercado de trabalho gerada
pela crise de 2003 e pelos sucessivos anos de recuo da renda.
Desempregado ou ganhando
menos, o chefe de família teve
de contar com ajuda de um filho ou da mulher para complementar o orçamento familiar
ou compensar a falta de emprego, mesmo que ajudando no
próprio negócio da família, diz.
Passada a crise, essas pessoas
estão saindo pouco a pouco do
mercado de trabalho e voltando a estudar ou cuidar da casa
relata o pesquisador.
Crescimento desigual
O crescimento do emprego,
no entanto, não foi uniforme: o
contingente de jovens de 18 a
24 anos teve crescimento de
apenas 0,2%; o de pessoas de 25
a 49 anos, de 3,5% e o de 50
anos ou mais de idade, de 6,3%.
Segundo Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, a mudança na estrutura pode ser explicada pelo mercado de trabalho mais seletivo, que prioriza
profissionais com experiência
e, por outro lado, ao aumento
da renda do trabalhador, que
faz com que os jovens adiem a
entrada no mercado de trabalho. Houve também aumento
do emprego formal -mais vagas com carteira assinada.
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