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CONTENCIOSOS
Pendências tratam de subsídio ao açúcar e restrições à venda de pneus
Brasil e UE podem recorrer à OMC
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Brasil e União Européia deverão
levar duas novas reclamações à
OMC (Organização Mundial do
Comércio). O Brasil acusa os europeus de ultrapassar o limite fixado pelo órgão para subsidiar o
açúcar e a UE quer que o Brasil libere a importação de pneus recondicionados.
De acordo com o Ministério da
Agricultura, os europeus estão excedendo o teto fixado pela OMC
para a concessão de subsídios ao
açúcar. Em 2001, o limite, que é
decrescente, era de 499 milhões
de euros (cerca de R$ 1 bilhão).
Para o governo brasileiro, os europeus não estão contabilizando
no limite da OMC as exportações
de uma qualidade inferior de açúcar, que tem preços subsidiados.
Além disso, segundo o secretário de Comercialização e Produção do Ministério da Agricultura,
Pedro Camargo, a UE reexporta
com subsídios o açúcar em bruto
que importa de suas ex-colônias,
sem pagar tarifa de importação.
Essas vendas também não estariam sendo incluídas no limite da
OMC.
O Brasil exporta cerca de 11 milhões de toneladas de açúcar por
ano, mas a cota de exportação para a Europa é de apenas 24 mil toneladas. Se quiser vender mais do
que isso, o país tem de pagar tarifas que podem chegar a 300%.
A tonelada do açúcar está cotada em cerca de US$ 130 no mercado internacional. A UE produz
açúcar de beterraba, cujo custo de
produção chega a US$ 600 a tonelada. A diferença paga ao produtor é totalmente subsidiada pela
Comunidade Européia.
O questão envolvendo os pneus
está sendo negociada. O comissário de comércio da UE, Pascal
Lamy, que chega hoje ao Brasil,
vai tentar resolver o problema
com autoridades de comércio
brasileiras. A UE reclama de uma
portaria, publicada em setembro
de 2000, limitando a importação
por questões ambientais.
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