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INFLAÇÃO
Índice medido pela FGV ficou em 0,69%, contra 0,88% registrado em janeiro
Preços no atacado ajudam a reduzir IGP-M em fevereiro
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de disparar em janeiro, a
inflação voltou a cair neste mês. O
IGP-M (Índice Geral de Preços
Mercado) de fevereiro, divulgado
ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), ficou em 0,69% -a
taxa é menor do que o 0,88% registrado em janeiro. A principal
razão para a retração é a desaceleração dos preços no atacado, especialmente de produtos agrícolas. O IPA (Índice de Preços por
Atacado) caiu de 0,98% em janeiro para 0,79% em fevereiro.
Puxados pelas quedas nos preços de frutas, legumes, cereais e
grãos, os produtos agrícolas subiram 0,79%. Haviam tido uma alta
bem maior em janeiro: 2,60%.
Com a entrada da safra de grãos,
a expectativa da FGV é que esses
preços recuem ainda mais a partir
do próximo mês. Já os produtos
agrícolas avançaram, passando de
1,13% em janeiro para 1,61% em
fevereiro. Dois foram os grupos
que mais contribuíram para a alta: aço e matérias plásticas, que
são insumos com encadeamentos
em vários setores.
Apesar da resistência do Banco
Central em voltar a cortar os juros
(que permanecem estáveis em
16,5% desde dezembro), o resultado do IGP-M mostra que não
existem repasses de altas do atacado para o varejo.
Além dos aumentos desses dois
importantes insumos, Salomão
Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV, afirmou
que a mudança na forma de tributação da Cofins também contribuiu para a alta de alguns preços,
principalmente os que sofrem
forte impacto de serviços.
Segundo a FGV, o IPC (Índice
de Preço ao Consumidor) também desacelerou. Passou de
0,84% para 0,53%.
De acordo Quadros, a demanda
ainda enfraquecida impede que
ocorram repasses do atacado para
o varejo. Por esse motivo, a maior
parte das altas de preço ficou contida na indústria.
Ele afirmou que apenas alguns
ramos mais aquecidos, ligados às
exportações ou ao agronegócio,
sofrem repasses. Tal movimento
também é notado, diz, nos eletrodomésticos, cujo consumo está
em alta. Com o aumento do aço,
seus preços subiram. "São só ilhas
de demanda aquecida", disse o
economista.
Os grupos alimentação e educação, cujos preços tiveram quedas
expressivas, foram os responsáveis pelo recuo do IPC. Os alimentos passaram de uma alta de
1,57% em janeiro para 0,67% em
fevereiro.
Já os itens de educação subiram
1,74% em fevereiro. É menos do
que os 3,24% apurados em janeiro, período no qual se concentram as matrículas escolares.
Caíram com força no varejo
produtos como açúcar, carne suína, laticínios, aves e ovos. Também contribuiu para a redução da
inflação ao consumidor a menor
variação do grupo vestuário, que
registrou queda de 0,76%.
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