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MONTADORAS
Fim do acordo para a redução do IPI e aumento do custo de insumos deixarão modelos "populares" e médios mais caros
Preço de carro deve subir até 6% em março
DENISE CARVALHO
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o fim do acordo de redução do IPI (Imposto de Produtos
Industrializados) entre as montadoras e o governo federal em fevereiro, os preços dos carros "populares" e médios devem ser reajustados entre 3% e 6%, em média, a
partir da próxima semana.
No fim de novembro do ano
passado, o Ministério da Fazenda
aceitou prorrogar de dezembro
para o dia 29 de fevereiro o corte
do IPI em três pontos percentuais, mediante compromisso das
montadoras de não reajustar os
preços dos automóveis e manter o
nível de emprego nas fábricas.
O IPI dos veículos de até mil cilindradas volta ao patamar de 9%
de agosto -quando entrou em
vigor o acordo de redução. O imposto aplicado sobre os preços
dos carros de mil a 2.000 cilindradas volta a ter as alíquotas de 10%
(comerciais leves), 13% (veículos
movidos a álcool) e 15% (veículos
movidos a gasolina).
Empresários ligados às montadoras e consultores informam
que o repasse integral dos três
pontos percentuais será imediato
para as concessionárias. Mas
acreditam que os reajustes possam chegar a 6% por causa dos
aumentos dos custos dos fornecedores de aço, borracha e outros
componentes, repassados para as
indústrias no início do ano.
Siderurgia
O setor siderúrgico, por exemplo, que fabrica o aço, um dos
principais itens utilizados na produção de carros, pleiteia um aumento entre 12% e 15% nos preços do insumo. Segundo o consultor da Booz Allen Hamilton
para o setor automotivo, David
Wong, um aumento de custo nesses patamares para as montadoras representa aumento de até 3%
no preço final do veículo.
"Cada montadora tem uma negociação com as siderúrgicas e
outros fornecedores. Quem ainda
está em fase de negociação deve
diluir os aumentos até abril", avalia Wong.
Para Claudio de Simone, da
Agência AutoInforme, o consumidor não vai comprar se o repasse for feito de uma única vez.
A Fiat, por meio de sua assessoria, confirmou o repasse integral
da reposição do IPI. Mas diz não
saber informar ainda qual será o
tamanho do reajuste provocado
pelo aumento do custo do aço,
porque as negociações estão em
andamento. Em fevereiro, a montadora já havia dado reajuste de
2% para os carros de sua linha.
No caso da Ford, a Folha apurou que os aumentos devem ficar
entre 2,8% e 3%, dependendo do
modelo. Nos meses seguintes, a
montadora deve "diluir" os reajustes dos insumos em sua tabela.
Procura
"A procura não está suficientemente aquecida para que as montadoras promovam novos reajustes. Mas os aumentos serão feitos
assim mesmo a partir do dia 1º de
março", afirma Hugo Maia, presidente da Fenabrave (entidade que
reúne distribuidores de veículos).
Em janeiro, os preços médios
dos carros zero-quilômetro aumentaram 4,1% -o maior reajuste em um só mês desde 1999,
segundo a Agência AutoInforme.
Os aumentos foram efeito do repasse dos dissídios dos trabalhadores, que ocorreram em outubro
do ano passado (18%). Durante
todo o ano de 2003, os aumentos
nos preços dos veículos não superaram 5,3%, diz a agência.
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