São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Depois de atingir pico de US$ 1,29, moeda cede e cai para US$ 1,24; europeus falam em corte nos juros

Ameaça de intervenção contém alta do euro

DA REDAÇÃO

A disposição dos países europeus de não permitir que o euro ultrapasse a marca de US$ 1,30 parece estar dando resultados, e a intervenção retórica adotada por políticos europeus fez a moeda única cair para o seu menor valor em quatro semanas.
Na semana passada, a moeda européia atingiu o maior valor desde que foi lançada, há cinco anos, sendo vendida acima de US$ 1,29. Ontem a moeda foi negociada abaixo de US$ 1,24.
Autoridades européias já deixaram claro que deverá ocorrer alguma intervenção cambial caso a moeda única ultrapasse a cotação de US$ 1,30. Acima desse valor, as exportações do continente poderiam ter a competitividade abalada, argumentam.
O primeiro-ministro (chanceler) alemão, Gerhard Schröder, afirmou, durante visita aos Estados Unidos, que vê com preocupação o desequilíbrio na economia global, no que soou como uma crítica aos grandes déficits norte-americanos tanto nas contas externas como internas. Tais déficits são apontados como a principal causa do enfraquecimento do dólar.
"Grandes desequilíbrios na economia global e flutuações nas taxas de câmbio nos causam sérias preocupações", disse Schröder em um discurso ao Conselho de Relações Exteriores de Chicago, um dia antes do encontro que manterá com o presidente dos EUA, George W. Bush.
Anteontem, Schröder havia dito que a valorização do euro representa uma ameaça para as exportações. Afirmara ainda que o Banco Central Europeu deveria cortar os juros caso o dólar siga em baixa.
Além do chanceler alemão, o primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, também se mostrou favorável a uma redução na taxa de juros, hoje em 2% ao ano.
"Compartilho a opinião do chanceler sobre o corte nos juros", disse Raffarin ontem. "A paridade cambial não reflete a realidade econômica no momento. A brutal natureza da reversão na paridade euro-dólar não é boa nem para a Europa nem para os EUA."
Em Londres, o euro encerrou o dia cotado a US$ 1,2429.
Nos EUA, as Bolsas fecharam praticamente estáveis, sob o efeito de indicadores mais fracos que a expectativa. A venda de bens duráveis caiu 1,8% no mês passado e houve uma ligeira alta nos pedidos de seguro-desemprego.


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