São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Saia justa
As exportações de soja dos EUA já somam 22,7 milhões de toneladas nesta safra (setembro/03 a agosto/04). Ou seja, em apenas seis meses, os norte-americanos exportaram 93% da soja que prevêem exportar durante toda a safra. Em 2003, as exportações somavam 85% no mesmo período.

Racionamento histórico
Fernando Muraro, da AgRural, diz que, diante desses números, os EUA vão ter de fazer um racionamento histórico de 9 milhões de toneladas -houve quebra de safra, o ritmo das exportações é elevado e cresce o esmagamento interno. Eles têm apenas 1,7 milhão de toneladas para exportar nos próximos seis meses.

Situação difícil
Relatório do Usda, mas com dados de janeiro, prevê avanços no setor de exportações avícolas para os EUA e o Brasil neste ano. Os EUA esperavam aumento de 7%. Após a imposição de barreiras ao produto dos EUA por parceiros como México, Japão, Hong Kong e Coréia do Sul, essa meta fica difícil.

O peso dos parceiros
Os russos, dependentes dos norte-americanos, são o único grande importador que ainda continua fiel ao mercado dos EUA -não importam apenas das áreas afetadas pela gripe. Já Japão, México e Hong Kong, que importaram 16% do volume exportado pelos EUA em 2003, saíram desse mercado.

Nova queda
O preço do frango voltou a cair ontem no mercado paulista. O quilo da ave viva recuou para R$ 1,30 na granja, com queda de 7,1% na semana e 10,3% em 30 dias.

Os russos estão chegando
Um dos principais grupos do setor de grãos russo -engloba 20 empresas- diz que está de malas prontas para vir plantar soja no Brasil. O grupo queria importar 1 milhão de toneladas por ano do Brasil, mas estudos indicaram que a tonelada de soja cultivada por eles sairia por US$ 150, contra US$ 210 pagos pela importada.

Dias melhores
A Rússia espera colher de 75 milhões a 80 milhões de toneladas de grãos neste ano. Esse volume fica bem acima dos 67,2 milhões do ano passado. O governo acredita nessa evolução porque houve aumento da área semeada e problemas climáticos menos acentuados no inverno.

Lucro das distribuidoras
As distribuidoras de combustíveis pagam R$ 0,47 por litro de álcool das usinas, já incluídos os impostos. Repassam o produto para os postos por R$ 0,80. O consumidor não teve vantagem com a queda nos preços do álcool, diz o Sincopetro (sindicato dos postos).

Subsídios
Enquanto a ONU pede aos países industrializados que compensem os países da África pelos subsídios agrícolas, Pascal Lamy, comissário de Comércio da União Européia, diz que o bloco europeu está disposto a negociar uma potencial eliminação dos subsídios à exportação de produtos agrícolas.

Efeito seca
A União Européia já importou 2,8 milhões de toneladas de trigo nesta safra. As compras de milho somaram 2,9 milhões.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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