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Governo tem plano para economia de energia
Meta é poupar, até 2030, o equivalente à produção de Itaipu durante um ano
Uma das possibilidades
é que a indústria venda a energia que não consumir; ministério descarta ligação com recordes de consumo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo já tem praticamente pronto um plano para
economia de energia -chamado PNEF (Plano Nacional de
Eficiência Energética). A meta
é que a economia, até 2030,
atinja 100 TWh (terawatts-hora) -ou o equivalente, aproximadamente, à geração de Itaipu durante um ano.
De acordo com Hamilton
Moss de Souza, diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, a medida não está relacionada com os
recentes recordes no consumo
e já vinha sendo gestada pelo
governo há muito tempo.
"Buscar a eficiência é uma
meta sempre, até por conta das
preocupações com o ambiente", disse. A elaboração do plano, segundo Moss, já estava
prevista no planejamento de
longo prazo do setor.
Ainda de acordo com o diretor, estão previstas no plano várias medidas, para diferentes
setores da economia. Entre as
que estão em estudo, está a possibilidade de que a indústria venha a vender a energia que não
consumir. "Mas é preciso ter
cuidado para verificar se a
energia vendida é fruto de economia. Se for por conta de desaquecimento econômico, não
faz sentido", disse.
Outra hipótese que foi sugerida pelas empresas é a possibilidade de haver leilões de economia de energia. Hoje, os leilões são para aumento da oferta. Investidores privados interessados em construir usinas
de geração competem pelos
projetos e ganham o direito de
tocar a obra e ofertar a energia.
A ideia é fazer o inverso. Empresas concorreriam com projetos de redução de consumo e
as vencedoras ganhariam os
programas. Essa ideia interessa
principalmente às consultorias
que se especializaram em implantar esse tipo de projeto nas
indústrias. O governo tem resistências porque teme que o
consumo, depois, volte a subir
sem que tenha havido investimento para suprir a demanda.
O consumo de energia no
país tem aumentado. Na última
quinta-feira, de acordo com dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), foram
consumidos 59.661 MW (megawatts) médios. No mesmo
dia do ano passado, esse consumo foi de 49.828 MW médios.
Por conta do forte calor, há
um aumento no uso de aparelhos de ar-condicionado, que
consomem muita energia. Isso
aumenta a demanda (quantidade máxima de energia exigida
em um momento específico) e
tem levado o ONS a determinar
que as termelétricas gerem
energia para suprir o sistema.
A construção de novas hidrelétricas está entre as prioridades do governo. É o caso, por
exemplo, de Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira (RO), e da
usina de Belo Monte, no Pará.
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