São Paulo, sábado, 27 de fevereiro de 2010

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Governo tem plano para economia de energia

Meta é poupar, até 2030, o equivalente à produção de Itaipu durante um ano

Uma das possibilidades é que a indústria venda a energia que não consumir; ministério descarta ligação com recordes de consumo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo já tem praticamente pronto um plano para economia de energia -chamado PNEF (Plano Nacional de Eficiência Energética). A meta é que a economia, até 2030, atinja 100 TWh (terawatts-hora) -ou o equivalente, aproximadamente, à geração de Itaipu durante um ano.
De acordo com Hamilton Moss de Souza, diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, a medida não está relacionada com os recentes recordes no consumo e já vinha sendo gestada pelo governo há muito tempo.
"Buscar a eficiência é uma meta sempre, até por conta das preocupações com o ambiente", disse. A elaboração do plano, segundo Moss, já estava prevista no planejamento de longo prazo do setor.
Ainda de acordo com o diretor, estão previstas no plano várias medidas, para diferentes setores da economia. Entre as que estão em estudo, está a possibilidade de que a indústria venha a vender a energia que não consumir. "Mas é preciso ter cuidado para verificar se a energia vendida é fruto de economia. Se for por conta de desaquecimento econômico, não faz sentido", disse.
Outra hipótese que foi sugerida pelas empresas é a possibilidade de haver leilões de economia de energia. Hoje, os leilões são para aumento da oferta. Investidores privados interessados em construir usinas de geração competem pelos projetos e ganham o direito de tocar a obra e ofertar a energia.
A ideia é fazer o inverso. Empresas concorreriam com projetos de redução de consumo e as vencedoras ganhariam os programas. Essa ideia interessa principalmente às consultorias que se especializaram em implantar esse tipo de projeto nas indústrias. O governo tem resistências porque teme que o consumo, depois, volte a subir sem que tenha havido investimento para suprir a demanda.
O consumo de energia no país tem aumentado. Na última quinta-feira, de acordo com dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), foram consumidos 59.661 MW (megawatts) médios. No mesmo dia do ano passado, esse consumo foi de 49.828 MW médios.
Por conta do forte calor, há um aumento no uso de aparelhos de ar-condicionado, que consomem muita energia. Isso aumenta a demanda (quantidade máxima de energia exigida em um momento específico) e tem levado o ONS a determinar que as termelétricas gerem energia para suprir o sistema.
A construção de novas hidrelétricas está entre as prioridades do governo. É o caso, por exemplo, de Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira (RO), e da usina de Belo Monte, no Pará.


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