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São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Preços do trigo
O Conselho Monetário Nacional decide hoje os preços mínimos do trigo. O Ministério da Agricultura sugeriu R$ 400 por tonelada para o Sul, 40% mais do que em 2002. Para alguns produtores, o valor poderia ser um pouco maior. Para os moinhos, está exagerado.

Cenário mudou
Lawrence Pih, do Moinho Pacífico, diz que o quadro internacional mudou. A oferta mundial de trigo vai aumentar neste ano e os preços internacionais vão cair. É o que mostram as Bolsas de futuro. O trigo argentino, hoje em US$ 150 por tonelada, cai para US$ 125.

Na ponta do lápis
Pih diz que, somados o preço do trigo mais os custos de importação, a tonelada do produto argentino chegará aos moinhos por US$ 140. Se o dólar mantiver tendência de queda e recuar para R$ 3,10, a tonelada custará R$ 434, abaixo dos R$ 500 que serão pagos pelo trigo nacional -já que só os produtores receberão R$ 400.

Não é bem assim
Pih diz que o governo definiu um preço excessivo. Deveria ficar em R$ 350 porque os custos não subiram tanto. Fonte da cadeia produtiva discorda de Pih. O dólar, item que determina grande parte dos custos no setor, teve alta de 47% de abril de 2002 a este mês.

E se não cair?
Segundo a cadeia produtiva os gastos com insumos foram feitos no momento do dólar mais elevado, no segundo semestre do ano passado. E se o dólar não cair ou até voltar a subir por conta desse cenário internacional conturbado provocado pela guerra entre EUA e Iraque?, diz a fonte.

De olho no preço
Os preços da soja começam a recuar. Há 15 dias existia uma proximidade entre os valores das exportações e os do mercado interno, com pouca margem para o setor industrial. Esse setor mantinha os preços elevados para atrair vendedores.

Final de safra
Com boa parte da safra já colhida, um ajuste de margens das indústrias e a queda do dólar começam a empurrar a soja para baixo. Os produtores que fixaram preços há duas ou três semanas se deram melhor, diz uma fonte do setor.

Muitos dólares
A soja está sendo uma grande fonte de entrada de dólares no país. O produto deverá render receitas de US$ 2 bilhões até o final de abril, entre as exportações de soja em grão, farelo e óleo. As exportações deverão atingir 3 milhões de toneladas de grãos do início de março ao final de abril.

Interesse pelo futuro
O portal da Bolsa de Mercadorias & Futuros recebeu, em fevereiro, 307 mil visitas, o dobro do volume do mesmo mês de 2002. Deste número, 37% das visitas vieram dos Estados Unidos. O interesse maior dos visitantes recaiu sobre os serviços de cotações, segundo a Bolsa.

Minicontratos
A CBOT (Bolsa de commodities de Chicago) vai lançar minicontratos de milho, trigo e soja em abril. Uma das novidades é que esses contratos poderão ser negociados por sistema eletrônico.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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