São Paulo, sábado, 27 de março de 2010

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Mercado Aberto

Incorporação da BrT pode emperrar, diz analista

MARIA CRISTINA FRIAS
cristina.frias@uol.com.br

A conclusão do processo de incorporação da BrT (Brasil Telecom) pela Oi pode não se concretizar após as novas condições oferecidas pela companhia para a troca de ações aos acionistas minoritários, segundo analistas.
Especialistas do mercado afirmam que há grandes chances de os acionistas minoritários da Brasil Telecom rejeitarem as novas relações de troca propostas pela Oi.
De acordo com os novos valores, definidos após um ajuste no cálculo das provisões destinadas ao pagamento de pendências judiciais da BrT, a Oi pagará R$ 0,39 por ação ordinária e R$ 0,21 por papel preferencial da BrT, que representam redução de 12% e 3,5% sobre os valores anteriores.
As novas condições equivalem a uma economia de R$ 700 milhões para a Oi em ações que deixarão de ser emitidas, mas analistas afirmam que a própria operadora terá de arcar com o gasto para que a integração seja finalizada.
"Isso atrapalha a integração. É briga para ver quem paga a conta. Os minoritários acham que, como esse quadro só veio após a compra, a conta deveria ser da Oi, e a Oi acha que deveria ser dos minoritários", afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.
"As relações de troca estão sendo reduzidas com base na avaliação da Telemar de provisões para perdas em processos judiciais ainda não concluídos e que não necessariamente resultarão em perda de fato para a companhia, abrindo espaço para contestações", informa Luciana Leocadio, analista da Ativa Corretora.

SEM ERRO
O livro "10 Mandamentos Para Fracassar Nos Negócios" (ed. Sextante), de Donald R. Keough, ex-presidente mundial da Coca-Cola, apresenta orientações sobre o que não fazer para ter prejuízo ou mesmo falir. O prefácio é assinado pelo megainvestidor norte-americano Warren Buffett.

DE OLHO NOS PIIGS
A BrandAnalytics, consultoria em gestão de valor das marcas, acaba de inaugurar dois escritórios na Europa -um em Lisboa e outro em Madri.
O objetivo do negócio é otimizar o valor de marcas espanholas e portuguesas nos mercados brasileiro e latino-americano.
"A expansão deve-se ao atual momento de forte solidificação de empresas europeias no Brasil. O aumento da lucratividade das operações brasileiras começa a chamar a atenção das empresas", afirma Eduardo Tomiya, sócio da BrandAnalytics e professor da FGV.
O executivo vê na operação uma oportunidade de crescimento em razão da crise econômica instalada nos Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha).
"A crise afetou diretamente as empresas, por causa do aumento das taxas de juros, da queda do nível de renda e da demanda dos consumidores", afirma Tomiya.
Como consequência, o valor de mercado das empresas foi afetado, na avaliação do executivo.
"O desenvolvimento da Espanha, por exemplo, foi baseado na construção civil, e hoje esse é o setor mais afetado pela crise."
As empresas estão procurando se protegerem para que a relação com o mercado e com os investidores não seja afetada, completa o sócio da BrandAnalytics.

BOA VIZINHANÇA 1
Rodadas de negócios realizadas em Lima e Bogotá neste mês devem resultar em mais de US$ 26 milhões, de acordo com estimativas da Apex-Brasil. As 43 empresas brasileiras integrantes da missão empresarial Colômbia-Peru, organizada pela Apex-Brasil e pelo Ministério do Desenvolvimento, tiveram mais de 800 contatos com compradores de ambos os países.

BOA VIZINHANÇA 2
Durante a missão houve reuniões de negócios entre empresas brasileiras, peruanas e colombianas, dos segmentos de casa e construção civil, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, máquinas e equipamentos, químicos, saúde e veículos. Em 2009, o intercâmbio comercial do Brasil com a Colômbia foi de US$ 2,3 bilhões. O Brasil exportou US$ 1,8 bilhão e importou US$ 568 milhões.

Rio de Janeiro lidera ranking de ocupação de imóvel comercial

A cidade do Rio de Janeiro lidera ranking com a menor taxa de vacância de imóveis comerciais para alugar no mundo.
A quantidade de espaços vagos em relação ao total disponível era de 0,6% em dezembro do ano passado, segundo levantamento realizado pela Colliers International, em 154 cidades de 61 países.
No final de 2008, o Rio de Janeiro ocupava a terceira colocação no ranking, com taxa de 1,2%. De lá para cá, diminuiu ainda mais a quantidade de imóveis vagos.
A taxa de vacância em um mercado equilibrado é da ordem de 7% a 9%, segundo Ricardo Betancourt, presidente da Colliers no Brasil.
A baixa taxa de vacância é explicada pela pouca quantidade de construção de novos empreendimentos comerciais na cidade e pela atual demanda aquecida do mercado.
"O Rio de Janeiro é uma cidade onde é muito difícil construir, porque a quantidade de terrenos disponíveis é muito pequena", diz Betancourt.
Com a baixa oferta, o preço médio do metro quadrado para locação subiu, e o Rio de Janeiro já ocupa o quinto lugar entre as cidades mais caras.
A pesquisa também revelou que São Paulo é a quinta cidade no mundo com o maior número de construções para serem entregues nos próximos anos. A líder é Moscou, seguida por Guangzhou, na China, e Dubai.
"Com a baixa taxa de vacância em São Paulo, o mercado passou a ficar interessante para o investidor", afirma o presidente da Colliers.
A pesquisa leva em conta edifícios considerados de classe A ou A+ no mercado imobiliário corporativo.

com JOANA CUNHA E ALESSANDRA KIANEK


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