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Móveis terão redução permanente de IPI
Com o fim da isenção do tributo, governo decide adotar alíquota unificada de 5% a partir de abril; antes, produtos pagavam até 10%
Setor reivindicava medida para manter vendas; queda no preço final, no entanto, poderá ser menor devido a reajustes de matéria-prima
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A poucos dias do fim da isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para
móveis e placas de madeira, o governo anunciou simplificação da incidência do tributo sobre essas mercadorias. Em vez de voltar às alíquotas anteriores -que variavam de 5% a
10%-, a decisão iguala a taxação sobre todos os itens da categoria em 5% a partir de abril.
A desoneração do setor moveleiro foi uma das últimas medidas anticíclicas tomadas pela
equipe econômica para amenizar os efeitos da crise financeira internacional. Em vigor desde dezembro do ano passado, a medida vai vigorar até o próximo dia 31, quando o decreto
com a uniformização das alíquotas deverá ser publicado.
Entre os itens beneficiados pela recomposição parcial -porém definitiva- do IPI, estão móveis estofados e placas laminadas de madeira, que antes do período de isenção eram
taxados em 10%. A Receita calcula que a nova medida resultará em renúncia fiscal de R$
34,88 milhões por mês. De dezembro a março, com o corte
total de IPI para o setor, o governo deixou de arrecadar R$
217 milhões.
Segundo o presidente da Abimovel (Associação Brasileira
das Indústrias do Mobiliário),
José Luiz Diaz Fernandez, o
fim da isenção já era esperado.
"Graças a esses quatro meses
[de vigência da medida], o setor
mudou de humor e já está bem
mais motivado. Tanto que a
nossa previsão é de alta de 5%
no faturamento em 2010."
De acordo com dados da entidade, as vendas entre dezembro e fevereiro foram 14% superiores às registradas no período anterior equivalente.
Além disso, a capacidade ociosa
verificada nas fábricas caiu à
metade, de 30% para 15%.
Apesar das férias coletivas
concedidas no fim do ano por
boa parte das 17 mil empresas
do setor, a medida teria evitado
novas dispensas, afirma a Abimovel. "Estávamos vislumbrando demissões, mas tivemos até mesmo contratações",
disse Fernandez.
A simplificação das alíquotas
era um pleito antigo de fabricantes e varejistas, mas o retorno da cobrança -ainda que em
um patamar menor- pode fazer com que os preços finais das
mercadorias acabem ficando
maiores que os praticados antes da desoneração. Isso deve
acontecer porque a madeira,
principal matéria-prima do setor, ficou mais cara em janeiro,
o que até agora era compensado pela isenção de IPI.
Cronograma
O fim de março também
marcará o encerramento da desoneração de automóveis, a primeira adotada pelo governo,
ainda em dezembro de 2008, e
renovada por diversas vezes
durante o ano passado.
Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores), não
há nenhuma expectativa em relação a uma nova prorrogação
da medida, que atualmente é
válida apenas para alguns modelos de carros flex.
Diante da recuperação da atividade econômica, o governo
tem sinalizado que os instrumentos adotados durante a crise para estimular a produção e
o consumo devem ser finalizados conforme o cronograma
previsto. A primeira desoneração desativada neste ano foi a
de eletrodomésticos, no final
de janeiro. Já a única exceção
poderia ser o IPI menor para
materiais de construção, válido
até o mês de junho.
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