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Fundos poderão investir no exterior
Decisão do CMN determina que gestores brasileiros poderão aplicar até 20% do total de sua carteira em outros países
BC deve regulamentar nova regra em 15 dias; para Trindade, da CVM, medida
moderniza setor e segue tendência internacional
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou ontem
uma modificação na legislação
sobre fundos de investimentos
que permite aos gestores de
fundos brasileiros transferirem
parte dos recursos para aplicações no exterior.
Os fundos multimercados, de
maior risco por possuírem
ações na sua composição, por
exemplo, poderão investir 20%
do total da carteira no exterior.
Os demais fundos, como os de
renda fixa, por exemplo, poderão aplicar apenas 10%.
De acordo com o presidente
da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), Marcelo Trindade, não há restrições para o tipo
de aplicação, desde que os limites sejam obedecidos. "Os fundos poderão comprar ações de
uma empresa estrangeira ou
comprar títulos da dívida francesa, se quiserem."
Segundo Trindade, a vantagem da modificação é permitir
que os gestores protejam melhor sua carteira, ao terem opções também no exterior. Outro benefício é evitar a migração de investidores para fundos
estrangeiros.
Segundo o gerente-executivo
de normatização de câmbio do
Banco Central, Geraldo Magela
Siqueira, há um ano foi identificada demanda para aplicações
no mercado externo. Segundo
ele, no ano passado 400 mil novos cotistas entraram em fundos de ação e multimercado.
"Isso é efeito da redução da taxa de juros, que provoca menor
remuneração nos fundos mais
tradicionais."
Para Trindade, a medida moderniza os fundos brasileiros.
"Hoje em dia qualquer fundo
de qualquer país oferece essa
opção", disse ele.
Os gestores só poderão trabalhar com os 50 países que
subscrevem a Organização
Mundial das Comissões de Valores Mobiliários ou os 20 que
possuem acordo bilateral com
Brasil. Segundo Trindade, os
dois casos cobrem os principais
mercados.
A CVM vai controlar as aplicações no exterior com as mesmas regras que acompanha os
fundos no Brasil. No futuro,
pretende permitir que investidores qualificados -com no
mínimo R$ 1 milhão-, possam
aplicar em carteiras com 100%
do patrimônio investidos em
ativos estrangeiros.
Para valer, a medida ainda
depende de regulamentação do
BC, que deve ocorrer em 15
dias.
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