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Idade de doméstica aumenta, aponta Seade
Explicação se dá por mais estudo das mais novas, que querem melhores vagas, e necessidade de substituir a dona da casa
Renda média da categoria é de R$ 2,55 por hora, metade da recebida pelos ocupados; maior parte delas não tem registro formal em carteira
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A proporção de mulheres
com mais de 40 anos entre as
empregadas domésticas aumentou de 30%, em 1995, para
47,5% atualmente, de acordo
com levantamento divulgado
ontem pela Seade (Fundação
Sistema Estadual de Análise de
Dados) referente à região metropolitana de São Paulo.
Ao mesmo tempo, melhorou
a escolaridade das trabalhadoras domésticas, cujo dia é comemorado hoje, apesar de a
proporção de analfabetas ou
com o ensino fundamental incompleto permanecer elevada:
64,4% estavam nessa situação
entre novembro de 2005 e outubro de 2006, último dado divulgado pela fundação, ante
87,6% em meados dos anos 90.
O percentual com ensino
fundamental completo e médio
incompleto subiu de 8,8% para
19,7% na mesma comparação.
Os dados englobam todas as
trabalhadoras que prestem serviços domésticos -incluindo
faxineiras, cozinheiras, jardineiras e babás, entre outros.
Para Alexandre Loloian,
coordenador de análise da fundação, o aumento da participação das trabalhadoras mais velhas pode ser explicado pela inserção recente da mulher no
mercado de trabalho. "A empregada doméstica se torna
quase que a substituta da dona-de-casa, que quer alguém experiente e confiável", explica Alexandre Loloian, coordenador
de análise da fundação.
Além disso, ele afirma que a
geração mais nova, por ser mais
escolarizada, acaba procurando outras colocações. "A escolaridade maior hoje do que nos
anos 90 pode ser explicada pelo
crescimento dos serviços domésticos de pessoas que cuidam de idosos ou de secretários
particulares, por exemplo."
Apesar de apresentar melhorias ante os anos 90, o cenário
atual continua a mostrar o preconceito e as condições precárias de trabalho de uma categoria que responde por 17,7% do
trabalho feminino na região
metropolitana de São Paulo,
mais que a indústria ou o comércio (o setor mais empregador é serviços, com 51,5%).
Cerca de 95% dos domésticos
são mulheres, a maioria entre
25 e 39 anos, negra (53,6%),
41,7% sem carteira assinada
(33,7% são registradas e o restante, diaristas) e ganha em
média R$ 2,55 por hora, menos
da metade do recebido por trabalhadores em geral. Entre as
registradas, são 47 horas semanais de trabalho, quatro a mais
que a média dos assalariados.
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