São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2007

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Faltam FGTS e jornada de trabalho, afirma sindicalista, que trabalhou desde os 9 anos

Raimundo Paccó/Folha Imagem
Elisabeth Vieira, 60, foi empregada doméstica dos 9 aos 58 anos


DA REPORTAGEM LOCAL

"A maioria é pessoa de idade e cansada, e a maioria é negra." É assim que Elizabeth Vieira, 60 anos, secretária do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos no Município de SP, define os empregados domésticos, profissão na qual começou quando tinha 9 anos e da qual se aposentou há dois.
"As mais jovens não querem muito ser empregadas. É um trabalho duro, sem registro, sem ter direito a nada", afirma.
Segundo ela, as principais "brigas" do sindicato são pelo FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) -não há recolhimento hoje para a categoria- e pela instituição de uma jornada de trabalho.
Ontem, representantes dos sindicatos e da Federação das Trabalhadoras Domésticas estiveram em Brasília para discutir direitos trabalhistas com os ministérios do Trabalho e Previdência. "As outras categorias têm direito a FGTS, e nós não temos. A alegação é que os patrões não podem pagar, mas eles mudam de carro todo ano, mudam de apartamento", diz Ione Santana de Oliveira, 36, secretária-geral da federação.
Para Margareth Galvão Carbinato, presidente do Sindicato dos Empregadores Domésticos, medidas para aumentar os direitos trabalhistas dos domésticos terão como conseqüência menos postos de trabalho. "Quanto mais a categoria for onerada, menos condições os patrões terão de pagar."

Cartilha
Em comemoração pelo Dia da Empregada Doméstica, a ONG Instituto FGTS Fácil e o portal Doméstica Legal estão distribuindo, desde o último final de semana, 22 mil cartilhas com os direitos e deveres do empregador e dos empregados domésticos.
A cartilha também pode ser impressa no site www.domesticalegal.com.br.


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