Claro tem resultados recordes no 1º trimestre, e Oi já anuncia investimentos de R$ 2,4 bi no ano

Clientes migram da rede fixa para a de celulares e base de assinantes tem expansão; na Claro, aumento foi de 26,5%

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro trimestre de 2007 representou um marco para as teles brasileiras: foi possível detectar claramente no país a tendência mundial de migração das operações fixas para a telefonia móvel.
Balanços das operadoras divulgados ontem mostraram fortalecimento dos resultados das concessionárias e, por conseqüência, a intenção delas de promover investimento pesado no setor.
O número mais impressionante foi o da Claro, terceira maior operadora móvel do país e braço nacional do grupo mexicano América Móvil. Entre janeiro e março deste ano, o Ebitda (lucro antes de impostos, amortizações e depreciações) da empresa bateu em R$ 590 milhões - ou seja, 147,2% acima do valor registrado no primeiro trimestre de 2007.
"Estamos imprimindo alta competitividade ao mercado brasileiro", afirmou o presidente da Claro, João Cox. Ele comemorou ainda o aumento da base de clientes da companhia. Houve crescimento de 26,5% no período, atingindo a marca de 24,6 milhões de assinaturas. Com isso, a Claro foi a operadora que mais fermentou sua fatia de mercado.
A Claro é concorrente direta da segunda maior operadora brasileira, a TIM, braço nacional móvel da Telecom Italia. Analistas ouvidos pela Folha consideram difícil que a empresa, que ainda não divulgou seu balanço trimestral, possa lançar em seus livros números tão bons quanto a controlada pelos mexicanos.
O resultado da Claro seguiu os bons resultados da América Móvil, que pretende investir até dezembro US$ 3,2 bilhões (cerca de R$ 6,4 bilhões). Boa parte vai para o lançamento de novas tecnologias na América Latina - inclusive Brasil.
Outra que anunciou investimentos por aqui é a Tele Norte Leste Participações, a controladora da Oi (antiga Telemar), maior concessionária de telefonia do país. O grupo deve investir R$ 2,4 bilhões em 2007.
Quanto aos números da telefonia móvel, o Ebitda da Oi foi de R$ 183 milhões no primeiro semestre, alta de 90,7% na comparação com janeiro-março de 2006.
Houve também aumento na base de clientes, que chegou a 13 milhões de assinantes em 31 de março. O lucro do braço móvel da Oi, por sua vez, ficou em R$ 45,6 milhões no período - pouco, mas acima dos R$ 28,1 milhões registrados em igual intervalo de 2006.
Os números apresentados pela Oi revelam a tendência de migração dos brasileiros da telefonia fixa para a móvel. O tráfego da fixa caiu 16% em 12 meses encerrados em março.
A BrT (Brasil Telecom, companhia que cuida da telefonia fixa nas regiões Norte, Sul e Sudeste) também melhorou os resultados. Ela conseguiu fechar o trimestre passado com o Ebitda no azul pela primeira vez, de R$ 4,4 milhões. No período, ela atingiu 3,6 milhões de celulares.


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