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PRIVATIZAÇÃO
Decisão sai na quarta-feira; se ocorrer, será o terceiro adiamento
TCU deve adiar o leilão do Banespa
FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O plenário do TCU (Tribunal de
Contas da União) deverá confirmar, na próxima quarta-feira, o
adiamento do leilão do Banespa
defendido pelo ministro que analisa a privatização do banco, Lincoln Magalhães da Rocha.
Ele quer que o leilão seja adiado
porque o Banco Central descumpriu o prazo que tinha para enviar
ao TCU os relatórios sobre a avaliação econômico-financeira do
Banespa e sobre a montagem do
leilão de venda do banco.
A Folha apurou que o plenário
do tribunal tende a confirmar a
proposta de Rocha porque ela está fundamentada em uma instrução normativa do próprio TCU.
Segundo assessores técnicos do
tribunal, o plenário não tem argumentos para contestar uma legislação interna do órgão.
Rocha argumenta que a instrução normativa 27/98 foi desrespeitada pelo BC. Essa instrução
determina que os relatórios de
avaliação econômico-financeira e
de montagem do processo de privatização de qualquer estatal a ser
vendida devem ser enviados para
a análise do TCU até dois meses
antes do leilão de venda.
Como o leilão do Banespa está
marcado para 18 de julho próximo, esses relatórios deveriam ter
sido enviados até o dia 18 deste
mês. Mas o BC, que é responsável
pelo leilão do Banespa, reconhece
que não enviou os documentos.
O clima político do TCU em relação ao BC pode ser medido pelo
seguinte fato apurado pela Folha.
Anteontem, ao saber que Rocha
iria sugerir a adiamento do leilão
do Banespa, o presidente do BC,
Armínio Fraga, ligou diversas vezes para a presidência do TCU.
O presidente do tribunal, ministro Iram de Almeida Saraiva, se
recusou a atender as ligações de
Fraga, pois considera que o ministro-relator tem autonomia para propor o adiamento do leilão.
Sendo assim, Saraiva preferiu não
discutir a questão com Fraga.
Caso o TCU confirme o voto de
Rocha, estará determinando o
terceiro adiamento do leilão de
privatização do Banespa. Pelos
planos iniciais do BC, a venda deveria ter ocorrido em 16 de maio
passado.
Mas ela foi adiada por causa de
liminares concedidas pela Justiça
contra a venda do banco, que pertencia ao governo de São Paulo e
foi transferido à União como pagamento de dívidas estaduais.
A última liminar contrária ao
leilão, concedida pela Justiça Federal em São Paulo, caiu na última sexta-feira.
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