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MERCADO FINANCEIRO
Expectativa de melhora nas contas da Argentina impulsiona Bolsas em São Paulo e em Buenos Aires
Pacote argentino acalma investidores
DA REPORTAGEM LOCAL
A expectativa de que a Argentina corte US$ 1,5 bilhão nos gastos do governo, numa tentativa de reduzir o déficit público do país, trouxe um pouco de tranquilidade ao mercado, tanto no Brasil quanto na Argentina.
A Bovespa subiu 2,51%, enquanto a cotação do dólar recuou e fechou em R$ 1,838, queda de 0,54%. A Bolsa de Buenos Aires, por sua vez, subiu 2,70%.
De acordo com a meta acertada com o FMI, a Argentina deve reduzir seu déficit público para US$ 4,7 bilhões neste ano -contra US$ 10,8 bilhões em 1999.
O problema é que, para o primeiro semestre, o acordo com o Fundo prevê um déficit de, no máximo, US$ 2,69 bilhões. Mas, até abril, o rombo já era de US$ 2,63 bilhões.
Segundo Roberto Dotta, da Tudor Asset Management, os sinais de que a inflação no Brasil está sob controle também trouxeram otimismo ao mercado.
Ontem, a Fipe divulgou que o IPC ficou estável na terceira quadrissemana de maio. Para o primeiro semestre, a projeção é que a alta fique abaixo de 1%.
Além disso, a menor volatilidade das Bolsas dos EUA colaborou para o bom resultado do mercado brasileiro. Ontem, a Nasdaq fechou praticamente estável. O volume negociado na Bolsa eletrônica foi o mais baixo do ano. O Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, caiu 0,24%.
Dotta diz ainda que, aos poucos, os investidores estão voltando para a Bovespa. "Em um cenário de desaquecimento brando da economia dos EUA, o preço das ações está baixo", afirma.
Também influenciados pelo clima de maior otimismo, os juros recuaram no mercado futuro. O DI de outubro (taxa de setembro), o mais negociado da BM&F, fechou em 20,82% ao ano, contra 21,37% do ajuste de quinta-feira.
Ontem, o Tesouro anunciou que irá ofertar R$ 2 bilhões em LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, papéis pós-fixados) com prazo de três anos na próxima terça-feira. A venda de títulos prefixados segue suspensa.
Ainda ontem, o Banco Central vendeu R$ 2,45 bilhões em NBC-Es (notas cambiais) com vencimento em dois anos. A quantidade foi suficiente para rolar os títulos que estão para vencer.
(NEY HAYASHI DA CRUZ)
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