DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas do anúncio do primeiro indicador da economia no governo Lula, o mercado espera queda de até 0,5% no PIB (Produto Interno Bruto) de janeiro a março de 2003.
A previsão é feita em relação ao desempenho do último trimestre de 2002 -descontado o efeito sazonal do período. As estimativas elaboradas em relação ao primeiro trimestre de 2002, no entanto, mostram expansão de 1,3% a 2,5%. Isso porque os meses de janeiro a março do ano passado registraram desempenho fraco. Portanto a comparação tende a apresentar taxas positivas.
"Nos primeiros meses deste ano, o setor agrícola manteve-se em expansão, mas a área industrial e serviços e comércio, com maior peso na conta do PIB, foram mal", afirma Hugo Penteado, economista do ABN Amro Asset Management. Ele prevê retração de 0,5% de janeiro a março de 2003 em relação ao final do ano passado.
Octavio de Barros, do BBV, espera crescimento zero. O Citibank prevê uma queda de 0,5% no produto.

Timidez
"Mesmo as projeções de expansão são muito tímidas. Esperamos uma alta de 0,1%, que é muito pequena", diz Fabio Silveira, economista da MB Associados. "Na prática, o que percebemos é uma euforia de grandes proporções no mercado financeiro que, muito lentamente, deve chegar à economia real", diz.
Para Octavio de Barros, economista-chefe do BBV Banco, a projeção do PIB do primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2002 sinalizava um crescimento de 0,4% em termos dessazonalizados. Essas projeções foram, no entanto, reduzidas de 0,4% para 0% em razão do fraco desempenho da indústria nacional e das vendas do comércio varejista.
Para Juan Jensen e Edward Amadeo, da Tendências Consultoria, o resultado para o Produto Interno Bruto neste primeiro trimestre pode apresentar queda de 0,4% sobre o quarto trimestre de 2002. Para o ano espera-se crescimento de 2,0%.
(ADRIANA MATTOS E VINICIUS ALBUQUERQUE)


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