DA SUCURSAL DO RIO

A estatal Petrobras Distribuidora reajustou ontem em 1,5%, na média, o preço da gasolina e em 12% o do álcool combustível vendido aos postos. O reajuste é válido para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em São Paulo, o álcool subirá mais (17%) por causa da tributação maior.
Segundo a Petrobras Distribuidora, o motivo do aumento é a alta dos preços do álcool nas usinas que processam cana-de-açúcar. A estatal é a maior distribuidora do país -detém 32% do mercado de combustíveis. Por ter em sua composição 25% de álcool, a gasolina subiu em conseqüência da alta de preço do produto.
A Petrobras Distribuidora informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que sempre repassa aos postos as movimentações de preço do álcool. No começo do ano, quando o preço do produto estava em queda, o álcool combustível teve redução de 7% a 12%, de acordo com a região. A gasolina caiu de 1,2% a 1,5%.
O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes, que representa os postos), Luiz Gil Siuffo, disse que os reajustes serão repassados integralmente ao consumidor. Afirmou que a margem dos postos já é "bastante estreita" e não será possível conter os aumentos.
De acordo com Siuffo, outras distribuidoras também aumentaram seus preços. Em média, diz, o reajuste foi de R$ 0,12 por litro no caso do álcool. A gasolina subiu de R$ 0,03 a R$ 0,04 por litro.
Alísio Vaz, diretor do Sindicom (Sindicato Nacional da Empresa Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), confirmou o reajuste das tabelas.
Considerando a hipótese de repasse integral e as cifras informadas pela Fecombustíveis, o preço médio da gasolina -que estava em R$ 1,980 no sábado, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo)- passará para R$ 2,020. O álcool subirá de R$ 1,033 para R$ 1,153.
A Shell informou que na terça-feira aumentou os preços do álcool e da gasolina. O preço do litro da gasolina subiu entre R$ 0,02 e R$ 0,04 para o posto, dependendo do Estado. O litro do álcool subiu entre R$ 0,10 e R$ 0,20.
A distribuidora informa que nas últimas três semanas os preços do álcool anidro, misturado à gasolina, e do álcool hidratado, utilizado como combustível nos carros, subiram cerca de 50% nas usinas.
A Ipiranga aumentou os preços do álcool -não revela o percentual de aumento- há dez dias e, por enquanto, não reajustou o preço da gasolina. "Os preços do álcool subiram por problemas climáticos. A situação deve se inverter em algumas semanas", diz Alisio Vaz, gerente de relações setoriais da Ipiranga.
O diretor técnico da Unica (União Agroindustrial Canavieira do Estado de São Paulo), Antonio de Pádua Rodrigues, afirmou que o álcool subiu por causa do excesso de chuvas, especialmente em São Paulo, maior produtor do país. As chuvas impediram o corte de cana-de-açúcar, reduzindo a oferta. Em duas semanas, o preço do álcool na usina (sem impostos) subiu de R$ 0,40 o litro para R$ 0,50 -uma alta de 20%.
Ainda assim, Rodrigues afirmou que os baixos preços no início do ano "eram irreais".


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