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RECEITA ORTODOXA
Apesar de Fazenda estimar IPCA em 6,37%, presidente do Banco Central mantém previsão de atingir meta
BC mira inflação de 5,5%, diz Meirelles
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de documento do Ministério da Fazenda dizer que a inflação deste ano, medida pelo IPCA, deve ficar em 6,37%, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que a
instituição continuará tendo como meta manter a alta dos preços
em 5,5%. Há uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
"Continuaremos a perseguir o
centro da meta", afirmou Meirelles, ao dizer que a estimativa citada pela Fazenda nesta semana
não era uma projeção do governo,
e sim um indicativo da expectativa do mercado. O número, segundo o presidente do BC, foi retirado de um levantamento da FGV
(Fundação Getúlio Vargas).
Em entrevista concedida à Folha no início de abril, Meirelles
afirmou que não havia obsessão
do Banco Central com o centro da
meta. "É uma avaliação técnica.
Mirar o centro da meta nas condições atuais da economia e das expectativas de inflação para 2004 é
a política mais adequada", disse à
época.
Risco
Meirelles defendeu novamente
a política monetária conduzida
pelo BC e disse que os juros básicos da economia apenas refletem
"o risco de crédito do governo",
ou seja, são fixados em níveis que
sejam suficientes para manter o
interesse dos investidores em financiar a dívida pública.
Na semana passada, o BC foi
criticado por manter os juros básicos da economia em 16% ao
ano. Ontem, Meirelles disse que é
"normal haver uma ansiedade"
por cortes maiores nas taxas.
Meirelles também disse que "o
Brasil já está crescendo" e que,
apesar do aumento dos índices de
desemprego, estaria "criando empregos de maneira vigorosa". Ele
voltou a insistir na tese de que,
apesar do desemprego observado
nas grandes cidades, haveria forte
criação de postos de trabalho no
interior do país.
As declarações foram dadas por
Meirelles durante cerimônia de
assinatura de convênio entre o BC
e o Sebrae (Serviço de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas). O
objetivo do convênio é discutir
formas de facilitar o acesso de pequenas empresas a empréstimos
bancários.
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