São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004

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RECEITA ORTODOXA

Apesar de Fazenda estimar IPCA em 6,37%, presidente do Banco Central mantém previsão de atingir meta

BC mira inflação de 5,5%, diz Meirelles

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de documento do Ministério da Fazenda dizer que a inflação deste ano, medida pelo IPCA, deve ficar em 6,37%, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que a instituição continuará tendo como meta manter a alta dos preços em 5,5%. Há uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
"Continuaremos a perseguir o centro da meta", afirmou Meirelles, ao dizer que a estimativa citada pela Fazenda nesta semana não era uma projeção do governo, e sim um indicativo da expectativa do mercado. O número, segundo o presidente do BC, foi retirado de um levantamento da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Em entrevista concedida à Folha no início de abril, Meirelles afirmou que não havia obsessão do Banco Central com o centro da meta. "É uma avaliação técnica. Mirar o centro da meta nas condições atuais da economia e das expectativas de inflação para 2004 é a política mais adequada", disse à época.

Risco
Meirelles defendeu novamente a política monetária conduzida pelo BC e disse que os juros básicos da economia apenas refletem "o risco de crédito do governo", ou seja, são fixados em níveis que sejam suficientes para manter o interesse dos investidores em financiar a dívida pública.
Na semana passada, o BC foi criticado por manter os juros básicos da economia em 16% ao ano. Ontem, Meirelles disse que é "normal haver uma ansiedade" por cortes maiores nas taxas.
Meirelles também disse que "o Brasil já está crescendo" e que, apesar do aumento dos índices de desemprego, estaria "criando empregos de maneira vigorosa". Ele voltou a insistir na tese de que, apesar do desemprego observado nas grandes cidades, haveria forte criação de postos de trabalho no interior do país.
As declarações foram dadas por Meirelles durante cerimônia de assinatura de convênio entre o BC e o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). O objetivo do convênio é discutir formas de facilitar o acesso de pequenas empresas a empréstimos bancários.


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