São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004

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SINAL AMARELO

Exportação dependerá de índice de impureza

Após veto da China, Brasil adota critérios de qualidade para a soja

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Agricultura decidiu estabelecer critérios de qualidade para a soja que é exportada dos portos brasileiros. Até amanhã, será publicada uma instrução normativa com os índices máximos de impurezas que serão aceitos pelo governo nos carregamentos de grãos do produto.
A medida é conseqüência da dificuldade que o Brasil encontra, no momento, para entrar com o produto na China. O principal comprador de soja do Brasil barrou nas últimas semanas carregamentos de grãos soja, pois a carga continha sementes tratadas com fungicida, que são impróprias para o consumo humano.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura, é a primeira vez que o governo vai estabelecer índices de qualidade oficiais para a soja. Atualmente, a qualidade do carregamento é negociada particularmente entre os compradores e vendedores. É preciso também respeitar as regras sanitárias do país que recebe o produto.
No caso das sementes tratadas com fungicida, a tolerância será zero no Brasil. Qualquer grau de contaminação impedirá o carregamento de grão de sair do país.
Na viagem à China, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) tentou, em vão, persuadir os chineses a aceitarem a presença de algumas sementes tratadas nos carregamentos.
A presença de sementes de ervas daninhas e de insetos vivos também não será tolerada. No caso de impurezas, como folhas ou talos de plantas, será permitido um índice de mistura de até 1%. Na prática, esse limite de impureza já é imposto pelas autoridades na hora de liberar a exportação de soja em grão. A instrução também permitirá que até 0,05% do carregamento contenha sementes tóxicas, como a de mamona.
O secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, se reunirá com cooperativas agrícolas e exportadoras para explicar a nova legislação. Até o episódio da China, os carregamentos de soja deixavam os portos sem serem testados para a presença de sementes tratadas com fungicidas.
(ANDRÉ SOLIANI)


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