São Paulo, sábado, 27 de maio de 2006

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Cenário externo melhora e faz dólar cair

Moeda americana recuou 2,22%, mas no mês ainda contabiliza alta, de 7,42%; Bolsa teve valorização de 2,82% ontem

Números sobre a renda e os gastos pessoais nos EUA, que vieram em linha com as projeções, permitiram que os mercados se acalmassem

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dados de renda e gastos pessoais dos norte-americanos divulgados ontem deixaram os investidores mais tranqüilos e permitiram uma recuperação do mercado financeiro. Por aqui, a Bovespa registrou valorização de 2,82%, e o dólar caiu 2,22%, a R$ 2,243. O risco-país fechou estável, a 269 pontos.
Mas a melhora dos últimos dois dias não conseguiu tirar o mercado doméstico do vermelho no acumulado do mês, com a Bolsa e a moeda brasileira valendo menos, e os juros alcançando patamares mais altos.
No mês, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) está com perda de 4,30%. A moeda americana acumula uma valorização de 7,42% no mês.
O dólar, depois de bater em R$ 2,40 na quarta-feira, acabou por atrair vendedores de moeda, entre os quais exportadores.
Ontem foi divulgado que em abril os gastos dos consumidores americanos subiram 0,6%. Além disso, o núcleo do deflator do PCE (gastos com consumo pessoal, na sigla em inglês), importante dado avaliado pelo Fed (o banco central dos EUA), avançou 0,2%, ficando dentro das projeções dos analistas.
Como a maior preocupação dos investidores -e o catalisador da turbulência que afeta o mercado global desde o dia 10- são as possíveis pressões inflacionárias que poderiam estimular o Fed a elevar de forma mais rápida e consistente os juros nos EUA, os dados de ontem tranqüilizaram o mercado.
"Após período de grande tensão no mercado, os últimos dados de revisão do PIB dos EUA e do índice de inflação de consumo dentro do esperado permitiram que a Bovespa respirasse. No entanto, incertezas ainda persistem e o mercado deve manter-se com volatilidade acima da média", diz Kelly Trentin, analista da SLW.
Na segunda-feira, a Bovespa teve o seu pior pregão do ano, ao cair 3,28%. Mas no balanço da semana acabou por registrar uma alta de 2,38%.
Foram 23 as ações que terminaram a semana com perdas, dentre 55 que compõem o Ibovespa. Dessas, o papel ON (ordinário) da TIM Participações foi o que mais sofreu, com queda de 11,12%. Em seguida ficou a ação ON da Brasil Telecom Participações (-7,61%).
A próxima semana será bastante agitada com a divulgação de importantes dados. Na quarta-feira será conhecido o PIB brasileiro do 1º trimestre. No dia também haverá o anúncio da decisão do Copom.
Nos EUA, o Fed irá divulgar a ata de sua última reunião, realizada no dia 10, quando a taxa básica foi de 4,75% para 5%.


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