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Cenário externo melhora e faz dólar cair
Moeda americana recuou 2,22%, mas no mês ainda contabiliza alta, de 7,42%; Bolsa teve valorização de 2,82% ontem
Números sobre a renda e
os gastos pessoais nos EUA,
que vieram em linha com as
projeções, permitiram que
os mercados se acalmassem
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados de renda e gastos pessoais dos norte-americanos divulgados ontem deixaram os
investidores mais tranqüilos e
permitiram uma recuperação
do mercado financeiro. Por
aqui, a Bovespa registrou valorização de 2,82%, e o dólar caiu
2,22%, a R$ 2,243. O risco-país
fechou estável, a 269 pontos.
Mas a melhora dos últimos
dois dias não conseguiu tirar o
mercado doméstico do vermelho no acumulado do mês, com
a Bolsa e a moeda brasileira valendo menos, e os juros alcançando patamares mais altos.
No mês, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) está com
perda de 4,30%. A moeda americana acumula uma valorização de 7,42% no mês.
O dólar, depois de bater em
R$ 2,40 na quarta-feira, acabou
por atrair vendedores de moeda, entre os quais exportadores.
Ontem foi divulgado que em
abril os gastos dos consumidores americanos subiram 0,6%.
Além disso, o núcleo do deflator do PCE (gastos com consumo pessoal, na sigla em inglês),
importante dado avaliado pelo
Fed (o banco central dos EUA),
avançou 0,2%, ficando dentro
das projeções dos analistas.
Como a maior preocupação
dos investidores -e o catalisador da turbulência que afeta o
mercado global desde o dia 10-
são as possíveis pressões inflacionárias que poderiam estimular o Fed a elevar de forma
mais rápida e consistente os juros nos EUA, os dados de ontem tranqüilizaram o mercado.
"Após período de grande tensão no mercado, os últimos dados de revisão do PIB dos EUA
e do índice de inflação de consumo dentro do esperado permitiram que a Bovespa respirasse. No entanto, incertezas
ainda persistem e o mercado
deve manter-se com volatilidade acima da média", diz Kelly
Trentin, analista da SLW.
Na segunda-feira, a Bovespa
teve o seu pior pregão do ano,
ao cair 3,28%. Mas no balanço
da semana acabou por registrar
uma alta de 2,38%.
Foram 23 as ações que terminaram a semana com perdas,
dentre 55 que compõem o Ibovespa. Dessas, o papel ON (ordinário) da TIM Participações
foi o que mais sofreu, com queda de 11,12%. Em seguida ficou
a ação ON da Brasil Telecom
Participações (-7,61%).
A próxima semana será bastante agitada com a divulgação
de importantes dados. Na quarta-feira será conhecido o PIB
brasileiro do 1º trimestre. No
dia também haverá o anúncio
da decisão do Copom.
Nos EUA, o Fed irá divulgar a
ata de sua última reunião, realizada no dia 10, quando a taxa
básica foi de 4,75% para 5%.
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