|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolívia terá US$ 1,5 bi de estatal de Chávez
PDVSA anuncia investimentos em petróleo e gás no país, com destaque para a construção de refinaria e petroquímica
Valor é semelhante ao total
investido pela Petrobras
Bolívia no país desde 1996 e supera o que vinha sendo
anunciado pelos dois países
PEDRO SOARES
ENVIADO ESPECIAL SHINAHOTA
(BOLÍVIA)
Os presidentes da Venezuela,
Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo
Morales, reuniram-se ontem
na região cocaleira do Chapare
para anunciar, entre outras
medidas, um pacote de investimentos em gás e petróleo com
um aporte inicial de US$ 1,5 bilhão por meio da PDVSA, a gigante petroleira venezuelana.
É o mesmo valor investido pela
Petrobras Bolívia, atualmente a
maior empresa do país, junto
com suas sócias.
O projeto inclui a construção,
em curto prazo, de fábricas de
refinação de petróleo, uma de
petroquímica e fertilizantes,
além de uma separadora de gás.
É o primeiro grande anúncio de
investimentos na Bolívia desde
que Morales assinou o decreto
de nacionalização, no dia 1º de
maio. A Petrobras, por outro lado, afirmou recentemente que
novos investimentos no país
permanecerão congelados.
O montante investido supera
muito o que vinha sendo anunciado. Em entrevista a jornalistas brasileiros no dia 14 de
maio, o vice-presidente, Alvaro
García Linera, disse que o Brasil não tinha por que ficar "enciumado" com a Venezuela, já
que os investimentos da
PDVSA seriam "moderados"
-somente US$ 30 milhões.
Morales disse que, graças ao
apoio da Venezuela, seu país
"irá industrializar pela primeira vez na história" o gás natural,
constituindo a indústria petroquímica no país a partir de uma
sociedade entre a estatal boliviana YPFB e a PDVSA.
Constituinte
Em clima de eleições, Chávez, Morales e o vice-presidente de Cuba, Carlos Laje, também iniciaram a campanha governista à Assembléia Constituinte, que será eleita em 2 de
julho. Chávez pediu voto aos
candidatos do MAS (Movimento ao Socialismo) afirmando
que, sem uma maioria na Assembléia Constituinte, "não será possível ao governo Morales
fazer a revolução democrática".
Chávez disse que só conseguiu uma nova Constituição
graças ao apoio de mais de 90%
nas eleições constituintes. Ressaltando que não queria se intrometer "em questões internas", Chávez afirmou que, para
fazer "a revolução democrática,
pela via pacífica, é necessário
apoio parlamentar sem que haja intromissão de nenhum outro poder constituído na Assembléia Constituinte".
Chávez doou cem computadores a colégios de Cochabamba e anunciou a criação de um
fundo para financiar a industrialização de produtos agropecuários da Bolívia. Serão destinados US$ 100 milhões em crédito agrícola.
Para Chávez, que discursou
por duas horas, as críticas feitas
pelo presidente dos EUA, George W. Bush, a seu governo e ao
de Morales representam "sinal
verde para conspirações contra
o governo da Bolívia".
Colaborou FABIANO MAISONNAVE,
da Reportagem Local
Texto Anterior: Operação escudo: Policiais são acusados de apoio a contrabando em Aparecida Próximo Texto: Para Gabrielli, Petrobras não será substituída Índice
|