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Investimento estrangeiro também é recorde
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O investimento produtivo
das empresas estrangeiras no
Brasil, o IED (Investimento Estrangeiro Direto), bateu novo
recorde para o mês de abril,
com US$ 3,8 bilhões. Nos quatro primeiros meses do ano, já
soma US$ 12,6 bilhões, outro
recorde no período.
O chefe do Departamento
Econômico do BC, Altamir Lopes, disse que a entrada de investimentos estrangeiros é
uma notícia positiva diante do
déficit nas transações correntes. Ele avalia que eles irão "financiar" ou equilibrar o resultado negativo nas demais contas externas brasileiras.
"A tendência é o investimento estrangeiro direto financiar
o déficit em transações correntes", afirmou Lopes. "Isso é positivo porque é um capital estável. Antigamente, quando o
Brasil tinha déficit nas contas
externas, tinha que recorrer a
outras fontes de financiamento, como o FMI", disse.
A gerente de câmbio da AGK
Corretora, Míriam Tavares,
concorda que, apesar do resultado negativo nas contas externas, não há motivo de preocupação. "O Brasil mudou. Hoje a
dívida externa é baixa, e as reservas internacionais são suficientes para pagá-la. Se considerado o panorama mundial, o
Brasil tem força para se sair
bem da crise internacional
mesmo que o déficit nas contas
externas chegue a US$ 30 bilhões, no pior cenário", disse.
Em maio, até ontem, o saldo
dos investimentos diretos era
de US$ 1,1 bilhão. O resultado
só não foi melhor porque, no
mês, houve a saída de US$ 600
milhões com uma operação do
setor de telefonia.
Os investimentos dos estrangeiros no mercado financeiro
não cresceram como os aportes
produtivos. No primeiro mês
após o aumento do IOF para estrangeiros, os investimentos
em renda fixa somaram US$
230 milhões, sendo que em
março foram de US$ 4,276 bilhões. Em maio até ontem,
eram negativos em US$ 72 milhões. Mas Lopes diz que o apetite dos investidores estrangeiros no mercado financeiro brasileiro não diminuiu. Citou investimentos em ações, de US$
5,8 bilhões em abril e de US$
2,4 bilhões em maio até ontem.
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