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São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2003

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Palocci diz que aumentos respeitarão contratos

Mauricio Lima/France Presse
Piva diz, diante de Palocci, que o país está no limiar da recessão


CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse ontem, no Rio, que tudo aquilo que for feito em relação ao aumento das tarifas de telefonia será "dentro das normas contratuais".
Informado pelos jornalistas de que o presidente Lula havia determinado que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) não concedesse os reajustes pleiteados pelas empresas do setor, Palocci disse não acreditar que o presidente tivesse feito isso.
"Vamos analisar isso sob o ponto de vista do impacto sobre a inflação e sobre os custos da telefonia para as pessoas e ter uma posição do governo. Não acredito que o presidente...", disse Palocci, interrompido por uma pergunta.
"Dialogamos com muita naturalidade com as agências. Temos um diálogo muito tranquilo, mas não interferência nas decisões desses organismos dessa maneira", afirmou.
Embora considere que os reajustes previstos para o setor de telefonia são altos em termos de impacto inflacionário, Palocci enfatizou que "não há nenhuma disposição dos ministros nem do presidente [da República] de romper critérios contratuais".
Diplomático, o ministro disse que a decisão do governo da Argentina de impor quarentena de seis meses para os capitais estrangeiros no país está dentro do direito que aquele país tem de fazer sua política econômica. Ele descartou a possibilidade de fazer o mesmo no Brasil. "Se achássemos necessário, estaríamos fazendo."

Emprego
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva, disse ontem, diante de Palocci, que a economia brasileira ""está no limiar de uma recessão, com 2003 bastante comprometido e um início de 2004, inclusive". ""Temos uma situação muito difícil, no limiar de uma recessão."
Indagado acerca dos números do IBGE, que apontam taxa de desemprego de 12,8%, o empresário disse que ""desemprego é caminho para saída do círculo virtuoso". ""Menos emprego, menos consumo, menos produção, o que resulta em mais desemprego."

Colaborou José Alan Dias, da Reportagem Local


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