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Miro diz que Brasil tem leis e adiar
reajuste não é quebra de contrato
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Comunicações,
Miro Teixeira, disse, por sua assessoria de imprensa, que, "se for
homologado [o reajuste nas tarifas de telefonia fixa], não é acordo". Sua declaração foi feita antes
do anúncio oficial da Anatel.
"A briga não pára por aí. O Brasil tem Constituição, leis, contratos, tribunais, Ministério Público
e órgãos de defesa do consumidor", afirmou Miro em entrevista
no início da noite, antes da reunião da Anatel que autorizou os
reajustes nas tarifas de telefonia.
Nessa entrevista, ele disse que
não existe nenhuma quebra de
contrato na decisão do governo
de pedir a suspensão dos reajustes
para as empresas de telefonia.
"Não me venha com essa coisa
que o governo está rasgando contratos", afirmou o ministro, citando uma cláusula do contrato de
concessão que prevê que os reajustes não precisam ser feitos
num prazo de 12 meses.
Segundo Miro, no entanto, a
agência tem o poder de autorizar
os aumentos, mesmo com a recomendação do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva de não autorizar o aumento.
"Tenho confiança que a Anatel
seguirá a recomendação do presidente", afirmou na entrevista.
O ministro disse que conversou
com Lula, após ser comunicado
pelo presidente da Anatel, Luiz
Guilherme Schymura, dos índices
que seriam aplicados. "Não era
uma negociação, era uma capitulação e uma rendição", afirmou.
Miro declarou que tomou a decisão de tornar público o embate
com as empresas de telefonia depois que o presidente da Telefônica, Fernando Xavier Ferreira,
anunciou em São Paulo os índices
de reajuste que haviam sido acertados com a Anatel.
"Queriam criar um fato consumado em cima do governo", disse, referindo-se ao anúncio do
presidente da Telefônica. Miro
afirmou que estava praticamente
acertado com as empresas que o
primeiro reajuste seria de 17%.
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