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São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2003

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Mercado argentino recebe mal a notícia, e Bolsa tem queda de 6,8%

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O projeto do ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, de controlar a entrada de capital estrangeiro no país caiu como uma bomba no mercado financeiro local. O índice Merval da Bolsa de Buenos Aires quebrou um ciclo de altas consecutivas e despencou 6,8%.
Essa foi a maior queda desde o dia 28 de abril, quando o mercado reagiu à notícia de que Néstor Kirchner disputaria o segundo turno das eleições presidenciais com o ex-presidente Carlos Menem. A expectativa, na época, era a de um segundo turno entre Menem e o candidato liberal Ricardo López Murphy, então apoiado pelo mercado financeiro.
O pessimismo também atingiu os papéis de empresas argentinas cotadas no exterior. Várias ADRs (American Depositary Receipts) tiveram fortes perdas, entre elas as das empresas de telecomunicações do país, que se desvalorizaram 5% em média.
Anteontem à noite, Lavagna anunciou que vai assinar nos próximos dias um decreto que obrigará os capitais estrangeiros a permanecer no país por pelos menos 180 dias. A medida não atingirá os recursos que já estão no país.
"A Argentina está na contramão de países como Chile e México, que atualmente tentam facilitar o fluxo de capital", afirma o analista para América Latina da consultoria Idea Global, Ricardo Amorim, de Nova York.
A intenção do ministro, que era conter a recente valorização do peso, parece ter dado algum resultado. O dólar comercial subiu 0,70% no mercado livre argentino e fechou cotado a 2,81 pesos por dólar. O governo quer, por meio de uma depreciação de sua moeda, estimular ainda mais as exportações, que acumulam superávit superior a US$ 5,1 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano.


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