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Mercado argentino recebe mal a
notícia, e Bolsa tem queda de 6,8%
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
O projeto do ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, de controlar a entrada de
capital estrangeiro no país caiu
como uma bomba no mercado financeiro local. O índice Merval da
Bolsa de Buenos Aires quebrou
um ciclo de altas consecutivas e
despencou 6,8%.
Essa foi a maior queda desde o
dia 28 de abril, quando o mercado
reagiu à notícia de que Néstor
Kirchner disputaria o segundo
turno das eleições presidenciais
com o ex-presidente Carlos Menem. A expectativa, na época, era
a de um segundo turno entre Menem e o candidato liberal Ricardo
López Murphy, então apoiado pelo mercado financeiro.
O pessimismo também atingiu
os papéis de empresas argentinas
cotadas no exterior. Várias ADRs
(American Depositary Receipts)
tiveram fortes perdas, entre elas
as das empresas de telecomunicações do país, que se desvalorizaram 5% em média.
Anteontem à noite, Lavagna
anunciou que vai assinar nos próximos dias um decreto que obrigará os capitais estrangeiros a
permanecer no país por pelos menos 180 dias. A medida não atingirá os recursos que já estão no país.
"A Argentina está na contramão de países como Chile e México, que atualmente tentam facilitar o fluxo de capital", afirma o
analista para América Latina da
consultoria Idea Global, Ricardo
Amorim, de Nova York.
A intenção do ministro, que era
conter a recente valorização do
peso, parece ter dado algum resultado. O dólar comercial subiu
0,70% no mercado livre argentino
e fechou cotado a 2,81 pesos por
dólar. O governo quer, por meio
de uma depreciação de sua moeda, estimular ainda mais as exportações, que acumulam superávit
superior a US$ 5,1 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano.
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