São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 2006

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Cresce peso das exportações na indústria

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A participação das exportações na receita das empresas subiu de 10,8% em 1996 para 20,4% em 2004, segundo a Pesquisa Industrial Anual, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No período, as exportações industriais passaram de US$ 40,3 bilhões para US$ 83,3 bilhões.
Segundo Sílvio Sales, chefe da Coordenação de Indústria do IBGE, as principais razões da alta foram a desvalorização do real de 1999 -que estimulou o ímpeto exportador do país-, a expansão do comércio mundial e o aumento do preço das commodities.
Em 2004, quando o câmbio médio ficou em R$ 2,93, a produção destinada às exportações subiu 9,9%, acima da média da indústria (8,3%). Com o câmbio na faixa de R$ 2,25 neste ano, a produção para o mercado externo cresce 2,2% no acumulado de 2006 até abril, menos do que a média da indústria (2,9%).
Na análise, o IBGE classificou as empresas de acordo com a quantidade da receita provinda do exterior. Setores que exportaram mais de 29,3%, como os de veículos, aeronaves e extração mineral elevaram seu peso no PIB total da indústria de 17% em 1996 para 28,8% em 2004.
Já setores com exportações de até 11% da receita, como vestuário e artigos de plásticos, reduziram a contribuição para o PIB industrial de 44,1% para 31,7%. Uma das razões é que alguns setores passaram a integrar a categoria mais intensiva em vendas ao exterior.
Os dados mostram ainda que as grandes empresas também são mais abertas ao comércio exterior. Nas firmas com mais de 500 empregados, o percentual do faturamento proveniente de exportações subiu de 13,3% de 1996 para 24,8% em 2004. Ainda que com participação menor, as exportações ganharam espaço na receita das pequenas e médias empresas -de 9,4% para 13,5% e de 3,6% para 8,6%.
O IBGE também identificou os principais produtos da indústria. De 2000 a 2004, o óleo diesel se manteve no topo do ranking de produtos com maior faturamento (R$ 25,7 bilhões), mas foi o celular que chamou atenção, passando da 16ª posição para a sexta (R$ 11,9 bilhões).
Os automóveis, por sua vez, passaram da terceira posição em 1996 para a segunda em 2004. O minério de ferro avançou da quinta colocação para a terceira, enquanto a gasolina caiu do segundo para o quarto lugar. Dos 3.500 produtos industriais pesquisados, os dez primeiros do ranking representavam 15,7% do total de vendas do setor.


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