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Cresce peso
das exportações
na indústria
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A participação das exportações na receita das empresas subiu de 10,8% em 1996
para 20,4% em 2004, segundo a Pesquisa Industrial
Anual, do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). No período, as exportações industriais passaram de US$ 40,3 bilhões para
US$ 83,3 bilhões.
Segundo Sílvio Sales, chefe
da Coordenação de Indústria
do IBGE, as principais razões
da alta foram a desvalorização do real de 1999 -que estimulou o ímpeto exportador
do país-, a expansão do comércio mundial e o aumento
do preço das commodities.
Em 2004, quando o câmbio médio ficou em R$ 2,93, a
produção destinada às exportações subiu 9,9%, acima
da média da indústria (8,3%).
Com o câmbio na faixa de R$
2,25 neste ano, a produção
para o mercado externo cresce 2,2% no acumulado de
2006 até abril, menos do que
a média da indústria (2,9%).
Na análise, o IBGE classificou as empresas de acordo
com a quantidade da receita
provinda do exterior. Setores
que exportaram mais de
29,3%, como os de veículos,
aeronaves e extração mineral elevaram seu peso no PIB
total da indústria de 17% em
1996 para 28,8% em 2004.
Já setores com exportações de até 11% da receita, como vestuário e artigos de
plásticos, reduziram a contribuição para o PIB industrial de 44,1% para 31,7%.
Uma das razões é que alguns
setores passaram a integrar a
categoria mais intensiva em
vendas ao exterior.
Os dados mostram ainda
que as grandes empresas
também são mais abertas ao
comércio exterior. Nas firmas com mais de 500 empregados, o percentual do faturamento proveniente de exportações subiu de 13,3% de
1996 para 24,8% em 2004.
Ainda que com participação
menor, as exportações ganharam espaço na receita
das pequenas e médias empresas -de 9,4% para 13,5%
e de 3,6% para 8,6%.
O IBGE também identificou os principais produtos
da indústria. De 2000 a
2004, o óleo diesel se manteve no topo do ranking de produtos com maior faturamento (R$ 25,7 bilhões), mas foi o
celular que chamou atenção,
passando da 16ª posição para
a sexta (R$ 11,9 bilhões).
Os automóveis, por sua
vez, passaram da terceira posição em 1996 para a segunda
em 2004. O minério de ferro
avançou da quinta colocação
para a terceira, enquanto a
gasolina caiu do segundo para o quarto lugar. Dos 3.500
produtos industriais pesquisados, os dez primeiros do
ranking representavam
15,7% do total de vendas do
setor.
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