São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Sobe o uso de avião nas férias pelas famílias de baixa renda

As famílias de baixa renda estão muito mais dispostas a usar o avião para se locomover durante as férias do que há um ano, segundo a Sondagem de Expectativas do Consumidor, divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas.
Em junho de 2006, apenas 18,4% das famílias com renda até R$ 2.100 mensais pretendiam viajar de avião nas férias. Já em junho deste ano, o percentual aumentou para 23%.
A parcela dessas famílias que pretendem se locomover de ônibus nas férias caiu de 22,2% para 16,2%. O automóvel ainda é o meio preferido: 38,7% em 2006 e 42% em 2007.
Já nas famílias com renda superior a R$ 9.600 mensais, o uso do avião nas férias até caiu, de 56,5% para 54%, embora ainda responda pela maioria.
A preferência pelo automóvel registrou uma leve alta, de 21,1% para 22,5%. E a opção pelo ônibus subiu um pouco, de 1,5% para 1,9%.
Essa pesquisa, a respeito do meio de transporte escolhido para as férias, faz parte da sondagem da FGV que calcula o índice de confiança do consumidor. Nessa parte específica, a pergunta foi sobre qual seria o meio a ser usado pelo pesquisado nas férias nos próximos seis meses.
A sondagem foi feita em mais de 2.000 domicílios em sete capitais brasileiras, no período de 31 de maio a 21 de junho.
Segundo o economista Aloisio Campelo Jr., coordenador do núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, esses números são mais um indicador de que o consumidor avalia de forma favorável o país.
Para ele, esse crescimento de seis pontos percentuais da parcela das famílias de baixa renda que pretendem usar o avião para se locomover durante as férias é reflexo do aumento da massa salarial e das condições de pagamento para a compra dos bilhetes aéreos. "Os preços das passagens aéreas estão cada vez mais próximas dos preços dos ônibus."
Apesar dessa melhora, Campelo não afirma que a prosperidade é responsável pelo caos aéreo, como afirmou o ministro Guido Mantega. Afinal, os aeroportos tinham que estar preparados para isso.

análise

Susto nos EUA se restringe ao imobiliário

O susto nos mercados financeiros mundiais dos últimos dias em relação à saúde de alguns grandes "hedge funds" americanos pode ser exagero. Os "hedge funds" são aplicações mais agressivas e especulativas.
Segundo o economista Paulo Bilezikjian, da Hedging-Griffo, a crise é localizada em algumas poucas carteiras alavancadas em créditos hipotecários imobiliários de qualidade ruim. O problema, a seu ver, está restrito ao setor imobiliário americano e não tem força para contagiar o resto da economia.
Bilezikjian diz também que dificilmente o Brasil será atingido por esses problemas no mercado americano. O Brasil continua muito firme e o fluxo de investimentos para o país se mantém bastante forte. "Só uma crise sistêmica mundial do mercado financeiro teria força para abalar o país".

Karime Xavier/Folha Imagem
Bárbara Kern, sócia-diretora do Havanna Café, que irá completar um ano de Brasil amanhã e aumentar a presença da rede em SP

ALFAJOR
O Havanna Café, que completa um ano de Brasil amanhã, está em expansão. Até o próximo ano, a marca, que atualmente possui 13 pontos em operação, deve alcançar 34 unidades na cidade de São Paulo e uma em Campinas. O investimento total na expansão, segundo a sócia-diretora, Bárbara Kern, é de R$ 5 milhões. Em 2008, a marca vai instalar uma loja dentro de um centro empresarial, na Vila Olímpia. A unidade terá serviços como delivery para executivos.

ESTUFA
Philippe Rosier, presidente da Rhodia Energy, desembarca hoje no Brasil. Ele inaugura, amanhã, a unidade de redução de emissão de gás estufa em Paulínia (SP). O investimento na unidade foi de US$ 12 milhões.

NEGÓCIOS
A Fundação Dom Cabral realiza, no dia 2, em São Paulo, um evento sobre o mercado B2B ("business to business"). Estarão presentes Thomas Brashear, professor da Universidade Estadual de Massachusetts, e outros.

RECEITA MÉDICA
A indústria de itens médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios teve, em 2006, faturamento de US$ 3,09 bilhões, com crescimento de 26% ante 2005, segundo o Instituto de Estudos e Marketing Industrial.

FICO
Synésio Batista da Costa foi reeleito presidente da Abrinq e da Abemúsica (instrumentos) para os próximos quatro anos. O empresário já preside a Abraflex (embalagens flexíveis) e a Artefatos (papel e papelão).

NOVA IDENTIDADE
O braço hoteleiro do grupo Accor recebeu nova denominação mundial -passará a se chamar Accor Hospitality.

CARTEIRA
Em junho, a carteira de crédito total do Banco do Brasil ultrapassou a marca dos R$ 150 bilhões, o que representa um crescimento de mais de 10% em relação a dezembro do ano passado. Em comparação com a posição de junho de 2006, a alta chega a quase 30%. O crescimento foi acompanhado de uma contínua redução da inadimplência. As operações do segmento de pessoas jurídicas tiveram destaque, consolidando a liderança alcançada no ano passado. No mercado de varejo, a evolução foi comandada pelas operações de crédito consignado e de financiamento de veículos. Até maio, a liderança na concessão de créditos para investimento já superavam a marca dos R$ 3 bilhões.

com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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