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análise
Meta pouco deve alterar a vida do cidadão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O que significa meio ponto
percentual a mais ou a menos na meta de inflação para
2009? Depois da polêmica
que a discussão gerou dentro
do governo, essa é uma pergunta que parte da população fora do circuito político-financeiro pode se fazer ao
ver o desfecho da novela.
Afinal, parece pouco. Nesse caso específico, a resposta
vai além dos argumentos técnicos sobre o impacto que a
decisão dúbia do CMN poderá ter (e estima-se que terá).
A opção pelo discurso da
dualidade -em que o ministro da Fazenda comemora a
fixação de uma meta de 4,5%
para 2009 e o presidente do
BC enfatiza que tem a orientação para conduzir a taxa de
juros com base numa inflação de 4%- reforça a avaliação de falta de liderança na
área econômica do governo.
Ao contrário do que aconteceu no primeiro mandato
de Lula, desta vez parece que
não há quem convença o presidente de que o suposto sacrifício de ter uma meta em
4,5% ou 4% vale mais a pena
ou não. Tenta-se, mas, depois de ouvir argumentos de
um lado e do outro, o presidente arbitra e a saída é tentar passar uma imagem de
que agradou aos dois.
Na prática, muito pouco
alterará na vida do cidadão.
"O BC continuará atuando
como vem fazendo e deve ter
espaço para mais duas quedas de 0,5 ponto na taxa de
juros", avalia Sérgio Werlang, diretor do Itaú e responsável pela implementação do regime de metas de
inflação no Brasil.
Para Roberto Padovani,
economista do WestLB, o
risco de a inflação sair do patamar atual de 3,2% e encostar nos 4,5% de Lula e Mantega, agora, é maior. Isso porque o que deve prevalecer
para o dono da padaria da esquina ou do salão de beleza
-enfim, do setor de serviços- é o discurso de 4,5%. E
eles têm um grande peso na
inflação da vida real.
Do outro lado, ficam os
analistas com gráficos e relatórios feitos com base nos
4% do BC. É esse universo
que está no centro das preocupações dos técnicos da instituição. Temem que o anúncio de uma inflação de 4,5%
mude as expectativas futuras, ancoradas em 4%.
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