São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Entrada de investimento direto é a maior desde 2004

País recebe US$ 3,47 bi em abril; no ano, saldo dobra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil recebeu US$ 3,471 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em abril, o maior resultado desde agosto de 2004, segundo dados do Banco Central. Foi o maior valor já registrado num mês de abril desde 1947, quando têm início as estatísticas do BC.
Entre janeiro e abril, esses investimentos totalizam US$ 10,049 bilhões, aumento de 112% em relação ao mesmo período de 2006. Com os números observados até agora, o BC decidiu elevar de US$ 20 bilhões para US$ 25 bilhões a projeção para o ingresso de investimentos diretos ao longo deste ano.
Caso essa previsão se cumpra, o resultado de 2007 será o melhor já registrado desde 2000, época em que essas estatísticas eram influenciadas pela participação de empresas estrangeiras nas privatizações.
"Os resultados têm surpreendido a todos", diz o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ao ressaltar que analistas do setor privado também têm elevado suas projeções para o ingresso de investimentos estrangeiros.
No começo do ano, pesquisa feita pelo próprio BC com cerca de cem analistas mostrava que a estimativa média para a entrada de investimentos era de US$ 16,35 bilhões. Na semana passada, segundo o mesmo levantamento, a expectativa havia subido para US$ 20 bilhões.
Ainda assim, para a economista-chefe da Mellon Global Investments, Solange Srour, os US$ 25 bilhões previstos pelo BC representam "um número justo". A estimativa do BC também coincide com a do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Em relatório distribuído a clientes, a LCA Consultores diz que o aumento nos investimentos reflete a maior confiança do mercado internacional na economia brasileira. "Os ingressos de outras modalidades de investimentos externos foram bastante expressivos em abril, provavelmente sob o efeito das melhoras de "rating" obtidas pelo país", diz o texto.
Em maio, agências de classificação de risco melhoraram a nota atribuída à economia brasileira. Segundo a LCA, alguns investidores podem ter se antecipado à notícia e aumentado suas aplicações ainda em abril, o que ajudaria a explicar não só a alta nos investimentos diretos mas também as maiores aplicações em ações e títulos, que somaram US$ 4,706 bilhões naquele mês.
O bom resultado de abril, porém, não deve se repetir em maio. Número parciais apurados pelo BC até o dia 25 do mês passado apontavam para o ingresso de apenas US$ 250 milhões em investimentos estrangeiros diretos. Para a LCA, essa queda pode indicar que algumas empresas preferiam antecipar para abril investimentos que estavam programados para maio, o que inflou o saldo de um mês e reduziu o do outro.


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