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Entrada de investimento direto é a maior desde 2004
País recebe US$ 3,47 bi em abril; no ano, saldo dobra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil recebeu US$ 3,471
bilhões em investimentos estrangeiros diretos em abril, o
maior resultado desde agosto
de 2004, segundo dados do
Banco Central. Foi o maior valor já registrado num mês de
abril desde 1947, quando têm
início as estatísticas do BC.
Entre janeiro e abril, esses
investimentos totalizam US$
10,049 bilhões, aumento de
112% em relação ao mesmo período de 2006. Com os números observados até agora, o BC
decidiu elevar de US$ 20 bilhões para US$ 25 bilhões a
projeção para o ingresso de investimentos diretos ao longo
deste ano.
Caso essa previsão se cumpra, o resultado de 2007 será o
melhor já registrado desde
2000, época em que essas estatísticas eram influenciadas pela
participação de empresas estrangeiras nas privatizações.
"Os resultados têm surpreendido a todos", diz o chefe
do Departamento Econômico
do BC, Altamir Lopes, ao ressaltar que analistas do setor
privado também têm elevado
suas projeções para o ingresso
de investimentos estrangeiros.
No começo do ano, pesquisa
feita pelo próprio BC com cerca
de cem analistas mostrava que
a estimativa média para a entrada de investimentos era de
US$ 16,35 bilhões. Na semana
passada, segundo o mesmo levantamento, a expectativa havia subido para US$ 20 bilhões.
Ainda assim, para a economista-chefe da Mellon Global
Investments, Solange Srour, os
US$ 25 bilhões previstos pelo
BC representam "um número
justo". A estimativa do BC também coincide com a do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial).
Em relatório distribuído a
clientes, a LCA Consultores diz
que o aumento nos investimentos reflete a maior confiança do
mercado internacional na economia brasileira. "Os ingressos
de outras modalidades de investimentos externos foram
bastante expressivos em abril,
provavelmente sob o efeito das
melhoras de "rating" obtidas pelo país", diz o texto.
Em maio, agências de classificação de risco melhoraram a
nota atribuída à economia brasileira. Segundo a LCA, alguns
investidores podem ter se antecipado à notícia e aumentado
suas aplicações ainda em abril,
o que ajudaria a explicar não só
a alta nos investimentos diretos mas também as maiores
aplicações em ações e títulos,
que somaram US$ 4,706 bilhões naquele mês.
O bom resultado de abril, porém, não deve se repetir em
maio. Número parciais apurados pelo BC até o dia 25 do mês
passado apontavam para o ingresso de apenas US$ 250 milhões em investimentos estrangeiros diretos. Para a LCA, essa
queda pode indicar que algumas empresas preferiam antecipar para abril investimentos
que estavam programados para
maio, o que inflou o saldo de
um mês e reduziu o do outro.
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