São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2000


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ENERGIA
Distribuidoras terão de devolver dinheiro que os consumidores pagaram
Aneel proíbe empresas de fornecer seguros a clientes

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) proibiu as distribuidoras de energia elétrica de oferecerem seguro contra "danos elétricos" aos seus clientes.
De acordo com a agência, o ressarcimento por esse tipo de dano é de responsabilidade das empresas, independentemente do pagamento do seguro.
A agência reguladora informou que quatro distribuidoras estavam oferecendo seguro, por meio das contas de luz, aos seus clientes: Companhia Energética de Brasília (CEB), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Bandeirante Energia e Elektro Eletricidade.
O diretor-geral da Aneel, José Mário Abdo, disse que os clientes que já optaram pelo seguro poderão pedir o dinheiro de volta. "Vai ter de ter acerto", afirmou Abdo.

Serviço suspenso
De acordo com a agência, todas as empresas já suspenderam o serviço e as outras 60 distribuidoras estão avisadas de que não podem começar a oferecê-lo.
Só na Companhia Paulista de Força e Luz, que fornece energia para um terço do Estado de São Paulo, aproximadamente 150 mil clientes fizeram o seguro.
A empresa ainda não sabe informar se haverá ressarcimento. O assunto ainda está sendo analisado, segundo informação da assessoria de imprensa da empresa.
O seguro oferecido pela CPFL era um pacote da seguradora Aon Service, que oferecia também seguro de vida, contra incêndio e assistência 24 horas. O custo equivalia a 7,49% do valor da conta.

"Equívoco"
A CEB, que opera no Distrito Federal, informou que parou de oferecer o serviço no último dia 7. Até essa data, aproximadamente 3.500 clientes haviam concordado em pagar R$ 3,65 a mais na conta para ter o seguro -o que rendeu R$ 12.775 à empresa.
O pacote da CEB era feito pela USS Assistência e garantido pela Sasse, seguradora ligada à Caixa Econômica Federal. Além do seguro contra danos elétricos, oferecia assistência técnica 24 horas. A empresa está estudando como ressarcir os clientes.
Para Carlos Antônio Leal, superintendente da CEB, está havendo um equívoco na proibição do seguro. "Nosso seguro cobria os danos que eram de responsabilidade do cliente e não da distribuidora", diz.

Experiência
A Bandeirante Energia disse que fez apenas uma experiência piloto em Mogi das Cruzes e São José dos Campos, em São Paulo. A experiência foi suspensa e os 15 mil clientes que haviam concordado em pagar R$ 2,90 por um pacote de seguro (que incluía dano elétrico) serão ressarcidos.
A empresa está estudando quanto desse valor corresponde ao prêmio previsto para os casos de danos elétricos. A intenção da empresa é devolver somente esse valor.
O seguro oferecido aos clientes da Bandeirante era feito em conjunto pela Bradesco, HDI, Brasil Assistência e Aliança do Brasil.
A Elektro, que também atua em São Paulo, informou que o seguro contra dano elétrico não chegou a ser posto em prática e que, por isso, não precisará fazer ressarcimento aos consumidores.



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